Tudo igual

Tudo igual

Alguém poderia me explicar o porquê de tanta euforia dos promotores do Paraná com respeito à denúncia contra Lula? Há uma grande diferença entre cumprir o dever e fazer exposição como a que foi feita. Euforia demais? Provas cabais? Ou só foguetório para chamar a atenção para si ou para desviar o foco de algo mais profundo?

De uma forma ou de outra, penso que estamos invertendo os fatos. Renan Calheiros fazer escarcéu com a Lava Jato eu até entendo. É político, está comprometido com inúmeros processos, precisa fazer barulho para chamar a atenção da mídia, etc.

Mas a Promotoria Pública, assim como o Judiciário, deve manter certo recato, certa postura, que a meu ver o cargo exigiria.

Também no Supremo, os Ministros jogam uns contra os outros no ventilador da mídia e não se entendem como órgão colegiado. Vergonha!

Voltando ao recato acima, fico abismado como o culto ao poder faz tanta coisa inominável.

Qual é a graça de ver ex-presidentes da república expostos junto às mídias internacionais? Em princípio deveria ser um fato vexatório, que nem os que acusam, nem os que defendem se furtam a propagar. E nesse caso, sinceramente, ninguém tem razão.

Transformamos a vida política da nação num imenso jogo de futebol no Maraca. Tem a torcida contra, a torcida a favor e uma arbitragem comprometida com seu próprio bem estar. Os atores do gramado, governistas e oposicionistas – recuso-me a chamar de direita ou de esquerda porque não há objetivo de plataforma, mas de poder apenas – são farinha da mesma mandioca, como diz meu amigo Nelson Carneiro. Verdadeiros carniceiros dilacerando o que pertence ao povo, devorando o que pertence a esse último, com pleno mandato. Enquanto isso, os árbitros negociam faltas, pênaltis e cartões entre os dois times, sem se importar com o público pagante que assiste, entre gritos e xingamentos, a uma partida previsível e magistralmente encenada. A plateia crê no que vê e torce. As torcidas entram em confronto e estimulam o desempenho dos jogadores, com salários cada vez maiores.

Depois da peleja, a galera vai para casa para mais um dia de trabalho árduo. Pelo menos os que ainda têm.

Os atores/jogadores/políticos e árbitros vão confraternizar em alguma churrascaria, sempre com boa cerveja e bom uísque, que os evangélicos recusam.

E continua tudo igual.

2 comentários em “Tudo igual”

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