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{"id":1037,"date":"2016-09-18T19:53:52","date_gmt":"2016-09-18T22:53:52","guid":{"rendered":"http:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/?p=1037"},"modified":"2016-09-18T19:53:52","modified_gmt":"2016-09-18T22:53:52","slug":"brandoas-a-corruptela","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/tema\/sao-goncalo\/brandoas-a-corruptela\/","title":{"rendered":"Brandoas, a corruptela"},"content":{"rendered":"

Encontrar a origem das palavras que designam determinado logradouro p\u00fablico, bairro ou acidente geogr\u00e1fico \u00e9 um bom caminho para o conhecimento da Hist\u00f3ria, diziam-me alguns professores com os quais sempre tive contato. S\u00e3o Gon\u00e7alo n\u00e3o foge a esta regra e, por isso, decidi investigar sobre uma palavra que, desde a meninice, muito me intrigava. Brandoas (hoje no singular, Brandoa) era ela, que me chamava a aten\u00e7\u00e3o ao passar de bonde e, depois, de \u00f4nibus, pela Via Porto Velho, na altura do bairro Vila Lage. Designa um rio, hoje transformado em infecto val\u00e3o, que vem das bandas do Engenho Pequeno, atravessa Sete Pontes (em que toma o nome de Rio Paraguai), passa pelo Barro Vermelho e chega ao Paiva, onde des\u00e1gua na Ba\u00eda de Guanabara.<\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0Primeiramente, recorri aos dicion\u00e1rios em portugu\u00eas e nada achei. Depois, fui aos que abrangiam o tupi-guarani e continuei na mesma. Por fim, tentei localizar alguma origem africana. Nada. Deixei para l\u00e1, at\u00e9 que tropecei com uma mensagem de presidente da prov\u00edncia do Rio de Janeiro, Manuel Travassos, \u00e0 Assembleia Legislativa Provincial referindo-se \u00e0 Ponte do Brand\u00e3o, nas Neves (como ent\u00e3o j\u00e1 era chamado o atual distrito).<\/span><\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0Depois, ao ler obra da historiadora Talita de Oliveira Casadei, vi a cita\u00e7\u00e3o dela de que encontrara no Cart\u00f3rio Kopp, em Niter\u00f3i, escritura de venda, em 1839, de fazenda do brigadeiro Luiz Pereira da N\u00f3brega e Souza Coutinho (ministro da guerra de D. Pedro I, de 27 de junho a 28 de outubro de 1822, e presidente da C\u00e2mara dos Deputados em 1826), nas Neves, fazendo limite com a fazenda de Luiz da Silva Brand\u00e3o. Tudo come\u00e7ava a se encaixar. Se o nome da ponte era Brand\u00f5es (naquele tempo, os sobrenomes familiares eram usados no plural ao designarem localidades, como Cordeiros e Pachecos), como virou Brandoas? <\/span><\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0 \u00a0 O esclarecimento veio do pesquisador em Hist\u00f3ria Emmanuel de Macedo Soares: Carlos Grandmasson Rheingantz (Petr\u00f3polis, 13-02-1915\/16-08-1988), um dos principais genealogistas brasileiros, registra v\u00e1rios sobrenomes no feminino, quando aplicados a mulheres casadas e mesmo filhas de pais vivos. Portanto, nada mais natural que a aplica\u00e7\u00e3o daquele uso corrente ao caso gon\u00e7alense, ou seja, de Brand\u00e3o ou Brand\u00f5es mudar para Brandoa ou Brandoas. Embora ele ponderasse ser mera suposi\u00e7\u00e3o, aceitei-a como a \u00fanica explica\u00e7\u00e3o razo\u00e1vel.<\/span><\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0Mas, afinal, que fam\u00edlia era essa?<\/span><\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0Um dos seus mais importantes membros foi Ladislau da Silva Brand\u00e3o, fazendeiro aqui, que testemunhou a instala\u00e7\u00e3o da Vila Real da Praia Grande e a elei\u00e7\u00e3o de seus primeiros camaristas, em 11 de agosto de 1819, prestou juramento (pr\u00e9vio, em 28 de fevereiro de 1821; e \u00e0s bases dela, em 28 de junho seguinte) \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o Portuguesa e firmou a ata de aclama\u00e7\u00e3o do imperador, dom Pedro I, em dois de dezembro de 1822. De 15 de janeiro a meados de setembro de 1829 exerceu o mandato de vereador; elegeu-se juiz de paz da freguesia de S\u00e3o Gon\u00e7alo em sete de setembro de 1832; nomeado capit\u00e3o da Guarda Nacional (GN) em 1832, implantou a primeira companhia da mil\u00edcia, em 18 de outubro foi nomeado tenente-coronel e comandante da legi\u00e3o de S\u00e3o Gon\u00e7alo, e em 30 de dezembro era elevado a primeiro comandante da GN em Niter\u00f3i e Mag\u00e9; em 17 de fevereiro de 1833, prendeu o padre Marcelino Pinto Ribeiro Duarte (acusado de fazer parte da conspira\u00e7\u00e3o para o retorno de dom Pedro I e a derrubada da reg\u00eancia que governava o pa\u00eds at\u00e9 o imperador Pedro II chegar \u00e0 maioridade), em seu s\u00edtio, na fazenda de Ipi\u00edba, e o removeu para a cadeia da Praia Grande (Niter\u00f3i); reeleito juiz de paz do primeiro distrito de S\u00e3o Gon\u00e7alo em setembro de 1840, Ladislau passou o comando da Guarda Nacional ao coronel Belarmino Ricardo de Siqueira (futuro Bar\u00e3o de S\u00e3o Gon\u00e7alo) em 27 de junho de 1842; novamente eleito vereador em sete de setembro de 1844, tomou posse em sete de janeiro de 1845, mesma data em que foi reinvestido no cargo de juiz de paz gon\u00e7alense; e a oito de mar\u00e7o daquele ano, juntamente com os vereadores Manuel de Frias Vasconcellos e padre Marcelino (por ele preso doze anos antes), foi designado para representar a C\u00e2mara de Niter\u00f3i no batizado do pr\u00edncipe dom Afonso, primog\u00eanito de dom Pedro II.<\/span><\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0Outro importante membro dessa fam\u00edlia foi Jos\u00e9 da Silva Brand\u00e3o, m\u00e9dico cirurgi\u00e3o e fazendeiro em Neves, cavaleiro das Imperiais Ordens da Rosa e de Cristo, nascido em 1809 e casado em 1834, na Matriz de S\u00e3o Gon\u00e7alo, com Cust\u00f3dia Maria de Aguiar Brand\u00e3o. Ele faleceu em 27 de fevereiro de 1858 (dois anos depois de se candidatar a vereador e n\u00e3o se eleger) e ela em 25 de junho de 1864.<\/span><\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0Jos\u00e9 e Cust\u00f3dia tiveram v\u00e1rios filhos, entre eles Luiz [Augusto] da Silva Brand\u00e3o, que se tornou m\u00e9dico, cirurgi\u00e3o do primeiro batalh\u00e3o da Guarda Nacional na Corte, tenente-m\u00e9dico do ex\u00e9rcito, cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa, diretor da Higiene P\u00fablica na Corte, integrante da Santa Casa de Miseric\u00f3rdia e autor de v\u00e1rios estudos cient\u00edficos sobre as doen\u00e7as que atingiam a capital do imp\u00e9rio. Nascido em 1833 em S\u00e3o Gon\u00e7alo, casou-se em 11 de novembro de 1856 com Carolina Augusta Borges Monteiro Brand\u00e3o (filha do Visconde de Ita\u00fana, C\u00e2ndido Borges Monteiro \u2013 12-10-1812\/25-08-1872 \u2013, tamb\u00e9m propriet\u00e1rio de terras em S\u00e3o Gon\u00e7alo e nome de rua no bairro do Gradim), a quem deixou vi\u00fava e com onze filhos em seis de maio de 1883, no Rio de Janeiro. Era l\u00e1 que residia e casou duas filhas, no dia dois de maio, para vir a falecer, de fulminante enfarte, quatro dias depois, quando atendia a um paciente. Em sua mem\u00f3ria, o poeta J\u00falio Borges fez publicar um poema em v\u00e1rios jornais.<\/span><\/p>\n

\u00a0 \u00a0 \u00a0A fam\u00edlia Brand\u00e3o voltou a residir em S\u00e3o Gon\u00e7alo e aqui ficou por v\u00e1rios anos, sendo dela uma das principais obras de arte mortu\u00e1ria no Cemit\u00e9rio Principal, feita pelo escultor italiano Francesco Orlandi Petrucci. O sobrenome da fam\u00edlia est\u00e1 perpetuado na designa\u00e7\u00e3o do Rio Brandoa (s).<\/span><\/p>\n

 <\/p>\n

Fontes<\/b>: Mensagem do presidente da prov\u00edncia Manuel Jos\u00e9 de Freitas Travassos, em 08\/09\/1873, relat\u00f3rio das estradas de ferro, p. 53.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0A P\u00e1tria, 28\/08\/1856, p. 2, e 26\/02\/1858, p. 3.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0O Fluminense, 09\/05, p. 2, e 11\/05\/1883, p. 3.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Blake, Augusto Vitorino Alves Sacramento, Dicion\u00e1rio Biogr\u00e1fico Brasileiro.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Jornal do Commercio, 07\/05\/1883, p. 6.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Casadei, Talita de Oliveira, A Imperial Cidade de Nictheroy, p. 87, 88, 259 e 260, Servi\u00e7os Gr\u00e1ficos \u00cdmpar, 1998.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Emmanuel de Macedo Soares, Dicion\u00e1rio Hist\u00f3rico e Biogr\u00e1fico, vol. 12, p\u00e1g. 264 a 266.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Almanak Laemmert para 1846, p. 19; para 1850, p. 79; e para 1860, p. 189 do suplemento.<\/span><\/p>\n

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