Warning: Use of undefined constant CONCATENATE_SCRIPTS - assumed 'CONCATENATE_SCRIPTS' (this will throw an Error in a future version of PHP) in /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php on line 84

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/fredericocarvalh/www/wp-config.php:84) in /home/fredericocarvalh/www/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1768
{"id":1142,"date":"2016-10-29T23:33:25","date_gmt":"2016-10-30T02:33:25","guid":{"rendered":"http:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/?p=1142"},"modified":"2016-10-29T23:33:25","modified_gmt":"2016-10-30T02:33:25","slug":"a-saude-publica-18201940","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/tema\/sao-goncalo\/a-saude-publica-18201940\/","title":{"rendered":"A sa\u00fade p\u00fablica \u2013 1820\/1940"},"content":{"rendered":"

Com a cria\u00e7\u00e3o da Vila Real da Praia Grande, pelo rei Dom Jo\u00e3o VI, em 10 de maio de 1819, e a consequente inclus\u00e3o da freguesia de S\u00e3o Gon\u00e7alo como seu distrito, nossa Hist\u00f3ria particular come\u00e7a a ter seus registros na \u00e1rea da sa\u00fade p\u00fablica. O primeiro documento de que obtive informa\u00e7\u00e3o encontra-se no Arquivo da C\u00e2mara Municipal de Niter\u00f3i e \u00e9 a emiss\u00e3o de alvar\u00e1, em cinco de maio de 1820, pelo Bar\u00e3o de Alvaiareze (Manuel Vieira da Silva), f\u00edsico-mor do Reino, pelo qual foi dada permiss\u00e3o de m\u00e9dico pr\u00e1tico ao tenente Jos\u00e9 Maria da Silva, de S\u00e3o Gon\u00e7alo, para curar nos locais em que n\u00e3o h\u00e1 m\u00e9dicos e cirurgi\u00f5es aprovados em medicina, no caso, a nossa freguesia.<\/p>\n

Mas tal permiss\u00e3o, de car\u00e1ter transit\u00f3rio, n\u00e3o durou muito porque j\u00e1 em 1822 era citado o m\u00e9dico Luiz Jos\u00e9 de Oliveira Barreto como cirurgi\u00e3o no ent\u00e3o distrito da Vila Real. Nascido por volta de 1780, provavelmente aqui, teve ele intensa atividade na cidade, havendo doado 1.240 r\u00e9is em 1826 para a abertura da Estrada do Boqueir\u00e3o (atual Rua Salvatori), suplente de vereador nas elei\u00e7\u00f5es de 1829 e 1832 e empossado como m\u00e9dico de partido da C\u00e2mara Municipal de Niter\u00f3i na freguesia de S\u00e3o Gon\u00e7alo em 23 de abril de 1848. Faleceu em 19 de julho de 1862 e foi sepultado no cemit\u00e9rio que existia em torno da Igreja Matriz. Embora solteiro, deixou descend\u00eancia.<\/p>\n

Esclarecimento necess\u00e1rio: m\u00e9dico \u201cde partido\u201d das C\u00e2maras Municipais era o que hoje denominamos servidor p\u00fablico contratado e nada tem a ver com partidos pol\u00edticos, como pode parecer \u00e0 primeira vista. \u201cPartido\u201d, na terminologia da \u00e9poca, equivalia a contrato.<\/p>\n

No caso do doutor Luiz Barreto, sua miss\u00e3o formal foi exigente, por substituir o m\u00e9dico de partido em S\u00e3o Gon\u00e7alo, Ant\u00f4nio da Silva Gradim, contratado em oito de janeiro de 1845 e exonerado em 17 de maio de 1848, por proposta do vereador Fernando Sebasti\u00e3o Dias da Mota, por abandono de emprego: o Dr. Gradim ausentara-se de suas atribui\u00e7\u00f5es de m\u00e9dico de partido para dedicar-se ao exerc\u00edcio profissional particular e ao porto que possu\u00eda no bairro que hoje tem seu nome, cuja mem\u00f3ria foi conspurcada pela C\u00e2mara Municipal e pela Prefeitura, em 2007, com a retirada de seu nome de uma rua local.<\/p>\n

Voltemos, entretanto, a agosto de 1846, quando foi instalado o primeiro consult\u00f3rio homeop\u00e1tico gratuito para os pobres, na Vila de S\u00e3o Gon\u00e7alo, por Vicente Martins, que funcionava aos domingos, a partir das 12 horas, um ano depois de criada a Escola de Medicina Homeop\u00e1tica no Rio de Janeiro. Na homeopatia, S\u00e3o Gon\u00e7alo destacou-se, sobretudo no final do s\u00e9culo XIX e princ\u00edpio do XX, com o m\u00e9dico Jos\u00e9 Francisco de Faria J\u00fanior, filho do prefeito Jos\u00e9 Francisco de Faria, que alcan\u00e7ou renome nacional ao dirigir a Sociedade Hannemaniana e o setor de homeopatia da Santa Casa de Miseric\u00f3rdia.<\/p>\n

Em 1852, as freguesias de S\u00e3o Gon\u00e7alo e Cordeiros possu\u00edam apenas onze m\u00e9dicos: Jos\u00e9 Mariano de Amorim Carr\u00e3o, Ant\u00f4nio da Silva Gradim, Joaquim Hermenegildo da Fran\u00e7a, Lu\u00eds Pedro Tavares, Lu\u00eds Jos\u00e9 de Oliveira Barreto, Francisco Rabelo de Figueiredo, Miguel Zacharias de Alvarenga, Lu\u00eds Alves de Siqueira, Jos\u00e9 Francisco de Paula e Silva, Marcos Cristino Fioravante Patrulhano e Jo\u00e3o Jos\u00e9 Pimentel, estes dois \u00faltimos presen\u00e7as eventuais, quando em visita \u00e0s suas fazendas, pois residiam em Niter\u00f3i. Tertuliano Dias Sodr\u00e9, cirurgi\u00e3o licenciado, tamb\u00e9m prestava assist\u00eancia e somente tr\u00eas farm\u00e1cias funcionavam no hoje munic\u00edpio, as de Jos\u00e9 Lopes Ferreira, de Bento Luiz Ribeiro e de Luiz Pinto Corr\u00eaa. A situa\u00e7\u00e3o melhorou um pouco tr\u00eas anos depois, quando come\u00e7ou a clinicar o m\u00e9dico gon\u00e7alense Jos\u00e9 da Silva Brand\u00e3o.  <\/p>\n

Era setembro de 1855 quando uma epidemia de c\u00f3lera varreu a freguesia, que naquele m\u00eas registrou 260 doentes, com 57 mortos, a maioria composta de africanos. Luiz Francisco Xavier de Ara\u00fajo Vahia, fiscal da C\u00e2mara Municipal de Niter\u00f3i em S\u00e3o Gon\u00e7alo, pediu socorro urgente e foi atendido pelo governo da prov\u00edncia, que nomeou dois m\u00e9dicos, acertou o fornecimento de rem\u00e9dios por tr\u00eas botic\u00e1rios e enviou uma carro\u00e7a, um animal, um caix\u00e3o e tr\u00eas escravos para fazerem os sepultamentos. Pouco depois, a epidemia estava debelada. No socorro aos doentes destacaram-se os m\u00e9dicos C\u00e2ndido Borges Monteiro (que transformou sua casa no arraial em enfermaria e depois recebeu os t\u00edtulos de Bar\u00e3o e Visconde de Ita\u00fana) e Marcos Cristino Fioravante Patrulhano, vereador e que tamb\u00e9m transformara em enfermaria sua ent\u00e3o fazenda da Trindade.<\/p>\n

A experi\u00eancia fez com que, em 10 de setembro de 1857, viesse a ser nomeado o m\u00e9dico de partido Jos\u00e9 Mariano de Amorim Carr\u00e3o na freguesia de Cordeiros e, em tr\u00eas de dezembro de1861, fosse baixado o decreto provincial n\u00ba 1234, confirmando a cria\u00e7\u00e3o do cargo de m\u00e9dico de partido na C\u00e2mara de Niter\u00f3i para aquela freguesia, al\u00e9m do de S\u00e3o Gon\u00e7alo. Carr\u00e3o, aqui fazendeiro, exerceu o cargo at\u00e9 17 de maio de 1866, quando se demitiu por haver mudado resid\u00eancia para Niter\u00f3i. Melhorava-se o volume de atendimento, mas o problema se agravou com a morte do m\u00e9dico Luiz Jos\u00e9 de Oliveira Barreto em 19 de julho de 1862.<\/p>\n

Para substitu\u00ed-lo, foi nomeado a 31 seguinte Joaquim Hermenegildo da Fran\u00e7a, apontado como primeiro m\u00e9dico negro da prov\u00edncia do Rio de Janeiro. Formado pela Faculdade de Medicina da Bahia, ele aqui chegara poucos anos antes e conquistara afei\u00e7\u00e3o geral, tanto que foi nomeado inspetor provincial das escolas gon\u00e7alenses em 1863 e eleito juiz de paz em 1873. Era tamb\u00e9m cirurgi\u00e3o da Armada e foi condecorado com o h\u00e1bito da Rosa e as medalhas da Restaura\u00e7\u00e3o da Bahia e da Pacifica\u00e7\u00e3o de Pernambuco. Faleceu aos 80 anos em 14 de abril de 1879 e foi sepultado no cemit\u00e9rio de S\u00e3o Gon\u00e7alo.<\/p>\n

Com a morte de Hermenegildo, o cargo foi considerado extinto e, em 1880, a C\u00e2mara niteroiense recriou-o, havendo nomeado para ocup\u00e1-lo, em 11 de novembro, o m\u00e9dico Manoel Ant\u00f4nio da Costa, outro nome de relevo na vida da cidade, aonde chegou a exercer cargos provinciais e o mandato de vereador, tendo sido presenteado pela popula\u00e7\u00e3o com um t\u00edlburi e dois cavalos, em seu anivers\u00e1rio, no dia oito de dezembro de 1884. Pouco antes de Manoel Costa, em 30 de setembro de 1880, o dr. Miguel Zacharias de Alvarenga era nomeado m\u00e9dico de partido na freguesia de Cordeiros, completando-se o quadro desse cargo no hoje munic\u00edpio.<\/p>\n

Nada disso impediu, entretanto, que nova epidemia de var\u00edola ocorresse em Cordeiros, obrigando o governo provincial a autorizar o m\u00e9dico Gustavo Miguel Duque Estrada Meyer, que havia sido eleito vereador em 30 de junho de 1882, a montar uma enfermaria \u2013 com dois enfermeiros \u2013 em Cordeiros para o atendimento de variolosos, servi\u00e7o que durou dois meses.<\/p>\n

A situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o melhorou sequer com a emancipa\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio, em 22 de setembro de 1890, tanto que o vereador Estev\u00e3o Vaill\u00e9, logo ap\u00f3s assumir o mandato, doou duas macas \u00e0 C\u00e2mara Municipal gon\u00e7alense, em 19 de julho de 1897, para a condu\u00e7\u00e3o de indigentes, doentes e mortos.<\/p>\n

Isto incomodou profundamente o padre Paulo d\u2019Estybaire. Nomeado em dois de agosto de 1903 para as freguesias de S\u00e3o Gon\u00e7alo, Cordeiros e Itaipu, em substitui\u00e7\u00e3o ao padre Jo\u00e3o Ferreira Goulart, pouco antes falecido, ele n\u00e3o concordava com o fato de n\u00e3o haver hospital p\u00fablico na cidade. Em 19 de janeiro de1905, lan\u00e7ou a primeira campanha para a constru\u00e7\u00e3o de um hospital dirigido por irm\u00e3s de caridade, mas sofreu forte oposi\u00e7\u00e3o dos pol\u00edticos da \u00e9poca. Estes argumentavam que os gon\u00e7alenses j\u00e1 eram atendidos em Niter\u00f3i e que um hospital pr\u00f3prio somente aumentaria as despesas do munic\u00edpio. Foi t\u00e3o combatido que acabou desistindo.<\/p>\n

Parece que para queimar a l\u00edngua dos opositores do projeto, em 1911 eclodiu uma violenta epidemia de peste bub\u00f4nica em S\u00e3o Gon\u00e7alo, fazendo com que os prefeitos daqui e de Niter\u00f3i se unissem para combat\u00ea-la. \u00c0 frente de um batalh\u00e3o de m\u00e9dicos (entre eles o pr\u00f3prio genro do governador Oliveira Botelho, \u00c1lvaro Os\u00f3rio de Almeida) e de acad\u00eamicos de medicina (um deles, Genserico Ribeiro), o dr. Borman Borges conseguiu debelar o surto depois de fazer mais de mil desinfec\u00e7\u00f5es, tendo sido as despesas custeadas pelo governo do Estado.<\/p>\n

Prosseguiam, ent\u00e3o, as a\u00e7\u00f5es t\u00f3picas de sa\u00fade p\u00fablica, como a campanha de vacina\u00e7\u00e3o antivari\u00f3lica lan\u00e7ada pelo prefeito Tem\u00edstocles de Almeida e pelo m\u00e9dico Camilo de Lellis Ferreira em mar\u00e7o de 1912, a compra do s\u00edtio Jacar\u00e9 pelo presidente (governador) Oliveira Botelho, cujo decreto n\u00ba 1247, de 10 de maio de 1912, visava a instala\u00e7\u00e3o de uma col\u00f4nia de alienados, que nunca saiu do papel, e a campanha de distribui\u00e7\u00e3o de quinino, pelo deputado F\u00e1bio Sodr\u00e9 e o prefeito Artur Cesar de Andrade J\u00fanior, em 1918.<\/p>\n

Drama, mesmo, veio logo a seguir, quando e epidemia de influenza, ou gripe espanhola, explodiu na cidade. Um dos primeiros infectados foi o pr\u00f3prio prefeito, Am\u00e9rico Jos\u00e9 Ribeiro, que conseguiu curar-se. Ele deu isen\u00e7\u00e3o de impostos para quem limpasse, caiasse e pintasse as casas, como forma de preven\u00e7\u00e3o; os m\u00e9dicos Luiz Palmier, rec\u00e9m-formado, e Gustavo Meyer instalaram consult\u00f3rios nas farm\u00e1cias Couto, na Vila, e Leite, em Neves, e percorriam a cidade em lombo de burro para atender aos doentes; e a popula\u00e7\u00e3o ia \u00e0s ruas pedir a prote\u00e7\u00e3o divina com prociss\u00f5es em Sete Pontes, Cordeiros e Engenho Novo.<\/p>\n

Para se ter uma id\u00e9ia do caos, somente de nove de outubro a quatro de novembro de 1918, foram realizados 400 sepultamentos no cemit\u00e9rio de S\u00e3o Gon\u00e7alo. A tradicional festa de Nossa Senhora da Concei\u00e7\u00e3o de Cordeiros, em oito de dezembro, foi suspensa, o m\u00e9dico Genserico Ribeiro e Jos\u00e9 Rodrigues Gon\u00e7alves (pai do professor Armando Gon\u00e7alves, nome de escola em S\u00e3o Gon\u00e7alo) morreram em Niter\u00f3i e Ant\u00f4nio Jonkopings de Carvalho Filho, primog\u00eanito do futuro prefeito Jonkopings, faleceu em S\u00e3o Gon\u00e7alo. Para n\u00e3o cruzar os bra\u00e7os, o farmac\u00eautico (e futuro vereador) Augusto Cez\u00e1rio Diaz Andr\u00e9 transformou sua pr\u00f3pria resid\u00eancia, em Pachecos, em hospital e, com a ajuda de Adjalme Sert\u00f3rio, atendeu a 250 pacientes em apenas seis dias iniciais de novembro, prosseguindo em atividade at\u00e9 a extirpa\u00e7\u00e3o do mal.<\/p>\n

Assim como chegou, a epidemia de gripe espanhola se foi, sem que at\u00e9 hoje se conhe\u00e7am as causas, e o povo comemorou com v\u00e1rias festas, como a da Rua Coronel Amarante, na Venda da Cruz, em oito de dezembro, com missa, banda de m\u00fasica do Centro Musical Fluminense e muitos fogos de artif\u00edcio. E acabou tendo um ponto positivo: o m\u00e9dico Leandro Motta, diretor do hospital de isolamento do Barreto, em 20 de janeiro de 1919 entregou ao Patronato de Menores de S\u00e3o Gon\u00e7alo 41$860, recolhidos de doentes de identidade desconhecida falecidos naquela unidade durante a epidemia.<\/p>\n

Mesmo com o fantasma da espanhola deixado no passado, o diretor de Higiene da prefeitura gon\u00e7alense (atual secret\u00e1rio de Sa\u00fade), m\u00e9dico Gustavo Miguel Duque Estrada Meyer, n\u00e3o se descuidava e em outubro de 1919 dava in\u00edcio \u00e0 campanha de vacina\u00e7\u00e3o e revacina\u00e7\u00e3o contra a var\u00edola. Enquanto ele pensava no presente, o m\u00e9dico Luiz Palmier, o empres\u00e1rio Herm\u00f3genes Lima e o jornalista Belarmino de Mattos lan\u00e7avam seus olhares para o futuro: S\u00e3o Gon\u00e7alo continuava sem hospital pr\u00f3prio e eles queriam constru\u00ed-lo. Com esse objetivo, reuniram-se no dia primeiro de janeiro de 1920 e lan\u00e7aram as bases da campanha. E tiveram nos bra\u00e7os do pai de Palmier, Fel\u00edcio, a a\u00e7\u00e3o mais duradoura e constante, servindo at\u00e9 de pedreiro para levantar as paredes da futura unidade hospitalar.<\/p>\n

Em sete de mar\u00e7o seguinte, realizava-se a primeira de dezenas de festas no sal\u00e3o nobre da prefeitura, em benef\u00edcio do Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo, com caricaturas de Kalisto (um dos principais caricaturistas brasileiros da \u00e9poca e dos primeiros a colaborar) e parte liter\u00e1ria com Armando Gon\u00e7alves e Ramon Alonso. Em 26 de julho do mesmo ano, o prefeito Geraldo Ribeiro Machado sancionou a delibera\u00e7\u00e3o n\u00ba 125, em que a C\u00e2mara o autoriza a ceder pr\u00f3prio municipal para a instala\u00e7\u00e3o do hospital, e em outubro foram aprovados os estatutos elaborados por Gurgel de Oliveira, Ismael Branco e Celso de Queiroz Nogueira, com a colabora\u00e7\u00e3o de Palmier, Herm\u00f3genes Lima e Belarmino de Mattos. Em 30 de dezembro foi eleita a primeira diretoria do hospital, com Luiz Palmier (presidente), Alonso Faria (vice-presidente), Belarmino de Mattos e Gurgel de Oliveira (secret\u00e1rios) e Ismael Branco (tesoureiro).<\/p>\n

Enquanto isso, o pr\u00f3prio Palmier cedia sua Ch\u00e1cara Boa\u00e7u para a instala\u00e7\u00e3o, em 25 de outubro, do Posto Rockfeller, em solenidade na qual, al\u00e9m dele, falaram os m\u00e9dicos Uchoa, Cotrim e Hachett, e em 14 de dezembro o advogado Alo\u00edsio Neiva era nomeado prefeito, o que paralisou o apoio oficial \u00e0 constru\u00e7\u00e3o do hospital. Chega o ano de 1921 e, em fevereiro, \u00e9 criado o posto sanit\u00e1rio no bairro da Vila (hoje denominado Posto de Sa\u00fade Washington Luiz Lopes) e a situa\u00e7\u00e3o tendeu a melhorar quando, em 14 de abril, M\u00e1rio Pinotti assumiu o cargo de prefeito. Quatro dias depois ele inaugurava o posto de profilaxia em Santa Isabel, dirigido pelo m\u00e9dico Waldemar Pereira, e em sete de julho recebia a diretoria da associa\u00e7\u00e3o pr\u00f3-Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo, que lhe apresentou a planta da obra, com previs\u00e3o de 60 leitos.<\/p>\n

Pinotti, m\u00e9dico que era, entusiasmou-se com o projeto e trouxe o presidente (governador) Raul Veiga para o lan\u00e7amento da pedra fundamental, em seis de novembro. Mas era tal a grandiosidade que ele anteviu a demora na realiza\u00e7\u00e3o da obra e resolveu criar um pequeno hospital, junto ao posto sanit\u00e1rio, para funcionar at\u00e9 que o outro estivesse pronto. Deu-se mal, pois os pol\u00edticos e os meios de comunica\u00e7\u00e3o come\u00e7aram a acus\u00e1-lo de boicotar a proposta de Palmier, e ele desistiu da id\u00e9ia. Em sete de junho de 1922, afastou-se da prefeitura para concorrer \u00e0 elei\u00e7\u00e3o de prefeito, em nove de julho, mas n\u00e3o alcan\u00e7ou a vit\u00f3ria e mudou-se da cidade.<\/p>\n

Primeiro prefeito eleito do munic\u00edpio, em 18 de maio de 1924, o empres\u00e1rio \u00c1lvaro Lopes Martins assumiu o mandato em seis de junho. A exemplo de Pinotti, empolgou-se com o projeto do Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo e chegou \u00e0 mesma conclus\u00e3o: \u00e0 base de donativos populares e sendo de grandes dimens\u00f5es, demoraria muito a tornar-se realidade. Por isso, resolveu montar uma unidade de emerg\u00eancia, aproveitando um antigo pr\u00e9dio, na Vila, que mandou pintar, instalou tr\u00eas camas hospitalares e gabinetes m\u00e9dicos, e inaugurou-o em 21 de mar\u00e7o de 1925, dia de seu anivers\u00e1rio. Incumbiu o m\u00e9dico Murilo Pires de dirigi-lo, j\u00e1 que, como diretor de Higiene (atual secret\u00e1rio de Sa\u00fade), mandara instalar postos de vacina\u00e7\u00e3o contra a var\u00edola, que continuava end\u00eamica, em todas as farm\u00e1cias e conseguira reduzir o n\u00famero de casos. Eles eram tantos que o m\u00e9dico Gustavo Sartore promovia festivais para arrecadar recursos em favor das crian\u00e7as \u00f3rf\u00e3s. Murilo Pires destacou-se no setor: filho do farmac\u00eautico M\u00e1rio Guanabarino Pires e de Herm\u00ednia de Campos Pires, formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1921, em 1922 ingressou no Corpo de Sa\u00fade da Pol\u00edcia Militar, como tenente-m\u00e9dico, de 1924 a 1927 ficou na prefeitura de S\u00e3o Gon\u00e7alo, voltou a Niter\u00f3i em 1930 e 5 anos depois foi transferido para Campos dos Goitacazes, a servi\u00e7o da PM, de onde s\u00f3 retornou em 1937, at\u00e9 ser reformado em 1953. Foi um dos fundadores, em 1929, da atual Faculdade de Medicina da UFF, nela lecionou, assim como na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde foi assistente do professor Alcino Baena, trabalhou na Assist\u00eancia Municipal do Distrito Federal, presidiu o Abrigo S\u00e3o Geraldo at\u00e9 seu falecimento, em outubro de 1958, e foi benem\u00e9rito da Federa\u00e7\u00e3o Esp\u00edrita do Estado do Rio de Janeiro. Nascido e falecido em Niter\u00f3i, Murilo casou-se com S\u00edlvia de Barros Pires, n\u00e3o havendo deixado descend\u00eancia. Murilo Pires \u00e9 nome de rua nos bairros Galo Branco, em S\u00e3o Gon\u00e7alo, e Fonseca, em Niter\u00f3i.<\/p>\n

Martins foi duramente combatido, como ocorrera com Pinotti, sem se deixar vencer pela adversidade at\u00e9 o final de seu mandato, em 30 de abril de 1927. Mal assumira, o novo prefeito eleito, Mentor de Souza Couto, via mais uma amea\u00e7a sobre a cidade: a peste bub\u00f4nica havia chegado a Neves. Era agosto de 1927 e, dizia-se, os casos haviam sido importados do Rio de Janeiro, atrav\u00e9s do porto daquele bairro. Por via das d\u00favidas, Mentor recorreu ao Servi\u00e7o de Higiene da Prefeitura de Niter\u00f3i e ao Servi\u00e7o Federal de Saneamento Rural, cujos diretores, m\u00e9dicos Alcides Figueiredo e Carlos S\u00e1, mandaram suas equipes para combater os focos, que foram dados por expurgados em 22 de setembro seguinte.<\/p>\n

Antes e depois da espanhola, S\u00e3o Gon\u00e7alo vivia assolado principalmente por var\u00edola, mal\u00e1ria, tuberculose e hansen\u00edase, o que era comum tamb\u00e9m nas capitais do estado e da Rep\u00fablica. Por\u00e9m, j\u00e1 agora com car\u00e1ter end\u00eamico, as tr\u00eas primeiras doen\u00e7as pareciam estar sob controle, at\u00e9 que a segunda explodiu em 1929, levando o m\u00e9dico Luiz Palmier a fazer palestras no Cine Odeon (no bairro da Vila), hoje inexistente, em 23 de abril de 1929, e em seguida em v\u00e1rios col\u00e9gios, ao mesmo tempo em que a prefeitura mandava aterrar os p\u00e2ntanos do Porto da Pedra, por se acreditar na \u00e9poca que ali estava a origem do mal.<\/p>\n

Enquanto isso, n\u00e3o se tornava realidade o Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo e a emerg\u00eancia mantida pela prefeitura continuava a funcionar precariamente. Solid\u00e1rios, os esp\u00edritas se reuniram e lan\u00e7aram no dia 21 de junho de 1929, a pedra fundamental do Hospital Ang\u00e9lico nos amplos terrenos do Centro Esp\u00edrita Uni\u00e3o dos Crentes, na Avenida Oper\u00e1ria (hoje Rua general Ant\u00f4nio Rodrigues, Estrela do Norte). Campanha para obten\u00e7\u00e3o de recursos financeiros teve in\u00edcio em 18 de agosto, com festival no Teatro Municipal de Niter\u00f3i, de que fazia parte a pe\u00e7a de Osmany Mastr\u00e2ngelo satirizando o doutor Voronoff, m\u00e9dico russo que fazia sucesso com transplantes de \u00f3rg\u00e3os de s\u00edmios para humanos. Apesar da boa vontade dos esp\u00edritas, o Hospital Ang\u00e9lico n\u00e3o se tornou realidade. Na \u00e9poca, a situa\u00e7\u00e3o sanit\u00e1ria em Neves, ent\u00e3o nosso principal bairro, era t\u00e3o ruim que foi instalado um posto federal de higiene na Rua Floriano Peixoto, 69, sob a dire\u00e7\u00e3o do m\u00e9dico Jo\u00e3o Tavares e que ali funcionou durante dois anos.<\/p>\n

Com a elei\u00e7\u00e3o do engenheiro St\u00e9phane Vannier, assumiu o cargo de diretor da Higiene o m\u00e9dico Henrique Moss de Almeida, em 31 de dezembro de 1929, e uma de suas primeiras provid\u00eancias foi trocar por produ\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria a alimenta\u00e7\u00e3o fornecida por particulares para os pacientes do r\u00fastico hospital municipal. Era de p\u00e9ssima qualidade aquela comida, dizia ele. Mas, tanto quanto Vannier, n\u00e3o teve tempo de fazer muita coisa. Com a revolu\u00e7\u00e3o de tr\u00eas de outubro de 1930, todos foram depostos e, em 17 de dezembro, assumia o cargo de prefeito o major (da Guarda Nacional) Carlos Augusto Duque Estrada. Em junho seguinte, ele fez uma mudan\u00e7a mais radical, transferindo o hospital municipal para o antigo Asilo Nossa Senhora das Dores (onde hoje funciona o col\u00e9gio de mesmo nome), desativado pela Irmandade de S\u00e3o Miguel, que o mantinha.<\/p>\n

Por\u00e9m, pouco gozou da inova\u00e7\u00e3o porque em dois de julho do mesmo ano assumia em seu lugar o major (do Ex\u00e9rcito) Samuel Barreira, que foi o diferencial na campanha de constru\u00e7\u00e3o do Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo, hoje denominado Luiz Palmier. Com a experi\u00eancia de haver sido prefeito de Alto Purus, no Acre, entusiasmou-se com o projeto de Luiz Palmier e organizou em dois de setembro a primeira grande reuni\u00e3o em favor do HSG, na pr\u00f3pria prefeitura, e sugeriu a cria\u00e7\u00e3o da Associa\u00e7\u00e3o das Damas de Caridade, que viria a ser criada vinte dias depois, tendo sua filha, L\u00facia, como uma das participantes. Ele mesmo programou para o dia 27 uma exposi\u00e7\u00e3o-feira de produtos agr\u00edcolas e fabris no p\u00e1tio do Executivo, com renda total para o hospital, e promoveu outra, em quatro de outubro.<\/p>\n

\"hospital\"<\/a><\/p>\n

Barreira sabia, entretanto, que os recursos financeiros dos gon\u00e7alenses seriam insuficientes para a grandiosidade da obra e, por isso mesmo, cuidou de trazer o interventor federal, general Jo\u00e3o de Deus Menna Barreto, para visitar o hospital em 27 de setembro. Como o general Pantale\u00e3o da Silva Pessoa assumiu a interventoria fluminense em cinco de novembro, o prefeito foi a ele e o convenceu a visitar as obras, o que fez em dois e onze de dezembro. Quatro dias depois, o almirante Ary Parreiras foi empossado interventor e l\u00e1 estava o prefeito. Tendo seu cargo confirmado, insistiu para que Parreiras conhecesse as obras do HSG, o que fez em 20 de abril, tornou-se ele pr\u00f3prio um admirador da iniciativa de Palmier e passou a destinar a ela verbas estaduais.<\/p>\n

O ano de 1932 transcorria quando Barreira n\u00e3o mais resistiu \u00e0s press\u00f5es pol\u00edticas e pediu exonera\u00e7\u00e3o, tendo entregue o cargo de prefeito ao comandante \u00c1lvaro Miguelote Vianna em 24 de dezembro, mas pedindo-lhe especial aten\u00e7\u00e3o para o hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo, o que levou o sucessor a visit\u00e1-lo em tr\u00eas de fevereiro de 1933, tornando-se tamb\u00e9m ele entusiasta da realiza\u00e7\u00e3o. Assim, cedia o sal\u00e3o nobre da prefeitura para que nele a senhora Julieta Frick realizasse soir\u00e9e dan\u00e7ante em seis de maio, animada pela jazz-band do Batalh\u00e3o Naval, com renda em benef\u00edcio do hospital.<\/p>\n

Luiz Palmier n\u00e3o descansava e estava \u00e0 frente de outras iniciativas, como a cria\u00e7\u00e3o da Sociedade Gon\u00e7alense de Assist\u00eancia aos L\u00e1zaros e Defesa contra a Lepra, de cuja presid\u00eancia incumbiu sua mulher, Olga, na instala\u00e7\u00e3o ocorrida em 27 de setembro de 1933. Na \u00e9poca, havia a possibilidade de um dispens\u00e1rio de leprosos ser instalado na Ilha do Carvalho, o que acabou ocorrendo em Venda das Pedras, Itabora\u00ed, cuja pedra fundamental foi lan\u00e7ada em 14 de julho de 1935. Para S\u00e3o Gon\u00e7alo restou a cria\u00e7\u00e3o do Educand\u00e1rio Vista Alegre, para os filhos de portadores de hansen\u00edase, em outubro de 1937, quando foi adquirida a \u00e1rea para sua instala\u00e7\u00e3o, que s\u00f3 ocorreria em 1940, ano em que ali se estabeleceram os primeiros 47 internos, que assistiram \u00e0 primeira missa, celebrada pelo padre Leonardo Koch em 11 de julho, um m\u00eas antes da inaugura\u00e7\u00e3o de sua nova ala pelo ministro Gustavo Capanema e pelo interventor federal Amaral Peixoto, em 27 de agosto.<\/p>\n

O interventor federal Ary Parreiras continuava apoiando maci\u00e7amente a constru\u00e7\u00e3o do Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo e para ver seu andamento a ele foi em 16 de dezembro de 1933, fazendo-se acompanhar de Miguelote Vianna, que, no dia 31, assinou contrato com a associa\u00e7\u00e3o mantenedora para que ela administrasse o hospital da prefeitura e o absorvesse, o que viria a ocorrer no ano seguinte, em troca de verbas municipais para sua manuten\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Com efeito, em quatro de mar\u00e7o de 1934 era inaugurado o Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo, presentes, entre muitos outros, Ary Parreiras, Miguelote Vianna e Luiz Palmier. Logo depois, era instalado o seu centro de estudos, mas o problema, previsto pelos pol\u00edticos no princ\u00edpio do s\u00e9culo XX, seria o de recursos financeiros para seu funcionamento. Por isso, prosseguiam as soir\u00e9es dan\u00e7antes no sal\u00e3o nobre da prefeitura, como a de novembro de 1934, e o pr\u00f3prio Ary Parreiras, pelo decreto n\u00ba 3255, de 15 de maio de 1935, concedeu isen\u00e7\u00e3o de impostos \u00e0 farm\u00e1cia mantida no hospital. Em fevereiro de 1937, a associa\u00e7\u00e3o do hospital lan\u00e7ou campanha para a compra de sua primeira ambul\u00e2ncia.<\/p>\n

Entre um acontecimento e outro, prosseguiam as provid\u00eancias para o enfrentamento de quest\u00f5es permanentes na \u00e1rea de sa\u00fade p\u00fablica. Por isso, em sete de novembro de 1935, o governo do estado instalava um posto de vacina\u00e7\u00e3o contra tifo, no pr\u00e9dio da prefeitura, para aumentar a rede j\u00e1 formada por farm\u00e1cias e postos nos distritos.<\/p>\n

Eis que \u00e9 implantado o Estado Novo no dia 10 de novembro de 1937 e o presidente Get\u00falio Vargas nomeia seu futuro genro Ernani do Amaral Peixoto para o cargo de interventor federal no estado, por este assumido em 12 do mesmo m\u00eas. O Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo j\u00e1 estava em expans\u00e3o e viria a inaugurar uma nova ala, em 29 de junho de 1938, dando-lhe o nome do ex-prefeito Jonkopings de Carvalho, seu principal financiador.<\/p>\n

J\u00e1 tinha sido empossado, em 11 de maio de 1938, o novo prefeito, Eug\u00eanio Sodr\u00e9 Borges, que continuava apoiando o hospital, mas passou por uma traum\u00e1tica experi\u00eancia. Dirigindo seu autom\u00f3vel, atropelou uma menina de nove anos em 13 de julho daquele ano e verificou que ela n\u00e3o podia ser atendida no HSG, tendo-a levado para o Hospital Santa Cruz, em Niter\u00f3i, onde ficou at\u00e9 que ela fosse declarada fora de perigo e pagou todas as contas. Naquele momento, colocou na cabe\u00e7a que a cidade precisava tamb\u00e9m de um pronto socorro. Construiu as instala\u00e7\u00f5es rapidamente, aos p\u00e9s do morro em que estava encarapitado o hospital, e inaugurou-as em 10 de novembro, para comemorar o primeiro anivers\u00e1rio do Estado Novo. Antes, em 12 de outubro, nomeou os primeiros acad\u00eamicos, entre os quais A\u00e9cio Nanci (depois prefeito e deputado estadual), que ajudariam os m\u00e9dicos da prefeitura para l\u00e1 designados, e em sete de janeiro de 1939 completava o quadro com a nomea\u00e7\u00e3o das primeiras enfermeiras (Olga Monteiro, Dioguina Brayne e Maria Vieira Ribeiro) e do primeiro motorista (Lauro Corr\u00eaa de Andrade). E adquiriu, no mesmo ano, as duas primeiras ambul\u00e2ncias da prefeitura. No primeiro semestre daquele ano, foram mais de mil atendimentos, com o recorde de 17 em um s\u00f3 dia. Em um ano, eram 2232 pacientes atendidos.<\/p>\n

O sucesso do Pronto Socorro come\u00e7ou a gerar conflito com o hospital, que perdeu fatia de sua renda, enquanto a sociedade, quase sempre com Luiz Palmier \u00e0 frente, ia tomando outras iniciativas, como a inaugura\u00e7\u00e3o do lact\u00e1rio e da cozinha diet\u00e9tica do Instituto Gon\u00e7alense de Assist\u00eancia \u00e0 Maternidade e \u00e0 Inf\u00e2ncia (IGAMI), pouco antes criado, em 21 de outubro de 1939, iniciativa n\u00e3o s\u00f3 dele como dos jornalistas Vieira de Macedo e Belarmino de Mattos.<\/p>\n

Em 1\u00ba de mar\u00e7o de 1940 assumiu o cargo de prefeito o engenheiro Nelson Corr\u00eaa Monteiro, que teria como sua principal obra nesse campo a transforma\u00e7\u00e3o do antigo posto sanit\u00e1rio em moderno posto de sa\u00fade, que inaugurou no cinquenten\u00e1rio de emancipa\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio, em 22 de setembro daquele ano.<\/p>\n

Come\u00e7a-se ent\u00e3o uma nova fase, que vai at\u00e9 2009, em que os principais fatos foram a constru\u00e7\u00e3o do atual Pronto Socorro, a municipaliza\u00e7\u00e3o do Hospital de S\u00e3o Gon\u00e7alo (que passou a se chamar Luiz Palmier), ambas de iniciativa do prefeito Joaquim Lavoura, a constru\u00e7\u00e3o do Pronto Socorro Infantil Darcy Sarmanho Vargas, a instala\u00e7\u00e3o do Pronto Socorro de Alc\u00e2ntara, pelo prefeito Jayme Campos, e a constru\u00e7\u00e3o do Hospital Geral (estadual), pelo governador Marcelo Alencar, gra\u00e7as principalmente aos ex-prefeitos Osmar Leit\u00e3o Rosa e Hairson Monteiro dos Santos. Mas, a\u00ed j\u00e1 \u00e9 outra Hist\u00f3ria.<\/p>\n

 <\/div>\n

Fontes: Emmanuel de Macedo Soares, C\u00e2mara Municipal de Niter\u00f3i, 180 anos de A\u00e7\u00e3o Municipalista; Dicion\u00e1rio Hist\u00f3rico e Biogr\u00e1fico Fluminense; Cronologia Niteroiense; e As Ruas Contam Seus Nomes, p. 815.<\/p>\n

            Talita de Oliveira Casadei, A Imperial Cidade de Niter\u00f3i.<\/p>\n

            Di\u00e1rio do Rio de Janeiro, 01-02-1823, p. 4.<\/p>\n

            Leis provinciais n\u00ba 297, art. 1\u00ba, par\u00e1grafo 1\u00ba, de 02-06-1843; e n\u00ba 2464, art. 1\u00ba, de 21-09-1880.<\/p>\n

            Jornal do Commercio, 17-08-1846, p. 1.<\/p>\n

            Decreto provincial n\u00ba 1234, art. 1\u00ba, de 03-12-1861.<\/p>\n

            Portaria provincial de 03-07-1880.<\/p>\n

            O Fluminense, 03-07-1880, p. 2; 05-01-1881, p. 2; 20-08-1882, p. 1; 01-02-1884, p. 1; 20-07-1897, p. 2; 02-08-1903, p. 3; 20-01-1905, p. 2; 24-03-1912, p. 3; 11-06-1918, p. 1; 14-10-1918, p. 1; 05-11-1918, p. 1; 07-11-1918, p. 1; 13-11-1918, p. 1; 07-12-1918, p. 3; 22-01-1919, p. 1; 02-10-1919, p. 2; 16-11-1929, p. 1; 31-12-1919, p. 2; 05-03-1920, p. 2; 19-05-1920, p. 3; 19-08-1920, p. 1; 01-09-1920, p. 3; 15-10-1920, p. 1; 26-10-1920, p. 1; 17-12-1920, p. 1; 30-12-1920, p. 1; 02, 04 e 20-04-1921, p. 1; 07-07-1921, p. 1; 06-11-1921, p. 1; 21-03-1925, 1; 05-08-1927, p. 1; 23-04-1929, p. 1; 21-06-1929, p. 2; 30-07-1929, p. 1; 16-11-1929, p. 1; 01-07-1930, p. 1; 23-11-1930, p. 1; 02-07-1931, p. 1;02, 10, 23 e 27-09-1931, p. 1; 11-12-1931, p. 1; 19 e 21-04-1932, p. 1; 23 e 24-12-1932, p. 1; 29-04-1933, p. 1; 27-09-1933, p. 1; 01, 04, 06 e 07-03-1934, p. 1; 05-04-1934, p. 1; 23-02-1937, p. 1; 22-10-1937, p. 1; 15-05-1938, p. 1; 14-07-1938, p. 1; 02-07-1939, p. 1; 21-10-1939, p. 1; 29-02-1940, p. 1; 01-03-1940, p. 1; 14-07-1940, p. 1; 27 e 28-08-1940, p. 1; 17, 22 e 24-09-1940.<\/p>\n

            A P\u00e1tria, 16-03-1884, p. 2.<\/p>\n

            Leis estaduais n\u00ba 1247, de 10-05-1912; e n\u00ba 1670, de 15-11-1920.<\/p>\n

            A Gazeta, 15-12-1920, p. 1; 22-03-1925, p. 4; e 11 e 17-06-1931, p. 4; 06-02-1933, p. 1; 30-03-1933, p. 1; 11-05-1933, p. 1; 17-12-1933, p. 1; 01 e 21-01-1934, p. 1; e 28-07-1937, p. 1.<\/p>\n

            Expediente do Estado do Rio de Janeiro, 12-05-1912, p. 1; 16-12-1920, p. 11; e 13-12-1930, p. 1.<\/p>\n

            Di\u00e1rio Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 01-07-1931, p. 2; 03-07-1931, p. 3; 04-07-1931, p. 6; 27-09-1931, p. 1; 05-11-1931, p. 2; 03-12-1931, p. 2; 12-12-1931, p. 3; 15-12-1931, p. 1; 22-12-1931, p. 2; 15-05-1935, p. 1; 06-11-1935, p. 9; 12-11-1937, p. 1; 12-10-1938, p. 20; 07-01-1939 (Di\u00e1rio das Municipalidades), p. 2; 02-07-1939, p. 2; e 01-03-1940, p. 1.  <\/p>\n

            O Estado, 25-05-1924, p. 1; e 04-02-1931, p. 1.<\/p>\n

            O S\u00e3o Gon\u00e7alo, 05-02-1939, p. 1; 05-11-1939, p. 1; e 25-08-1940, p. 1.<\/p>\n

<\/div>
\r\n\t\t\t\t\t\t
Share List<\/span><\/div>\r\n\t\t\t\t\t\t
\r\n\t\t\t\t\t\t<\/div>\r\n\t\t\t\t\t<\/div>