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{"id":1219,"date":"2016-11-06T13:47:40","date_gmt":"2016-11-06T16:47:40","guid":{"rendered":"http:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/?p=1219"},"modified":"2016-11-06T13:47:40","modified_gmt":"2016-11-06T16:47:40","slug":"os-nossos-simbolos-civicos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/tema\/sao-goncalo\/os-nossos-simbolos-civicos\/","title":{"rendered":"Os nossos s\u00edmbolos c\u00edvicos"},"content":{"rendered":"
Os tr\u00eas bras\u00f5es<\/b><\/h5>\n

Bras\u00e3o <\/b>\u2013 Her\u00e1ldica: Conjunto de pe\u00e7as, figuras e ornatos dispostos no campo do escudo ou fora dele, e que representam as armas de uma na\u00e7\u00e3o, de um soberano, de uma fam\u00edlia, de corpora\u00e7\u00e3o, cidade, etc. (Dicion\u00e1rio Aur\u00e9lio, 1998, p. 283)<\/span><\/p>\n

Criado pelo decreto n\u00ba 124, de 22 de setembro de 1890, do governador Francisco Portela (1833\/1913), instalado em 12 de outubro de 1890, extinto pelo decreto n\u00ba 1, de oito de maio de 1892, do governador Jos\u00e9 Tom\u00e1s da Porci\u00fancula (1854\/1901), recriado pela lei estadual n\u00ba 34, de autoria do deputado Carlos de S\u00e1 Carvalho (1820\/1897) e sancionada pelo pr\u00f3prio Porci\u00fancula, em 17 de dezembro de 1892, e reinstalado em nove de fevereiro de 1893, com a posse de sua primeira C\u00e2mara de Vereadores, o Munic\u00edpio de S\u00e3o Gon\u00e7alo n\u00e3o teve imediatamente criados seus s\u00edmbolos c\u00edvicos.  Pelo contr\u00e1rio, esperou muito para que surgisse o primeiro deles.<\/span><\/p>\n

Foi o seu bras\u00e3o uma iniciativa, quase 40 anos depois, do prefeito Carlos Augusto Duque Estrada (1874\/1939), dono da Fazenda do Coelho, morador em Alc\u00e2ntara, major da Guarda Nacional e corretor da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que o instituiu pelo ato n\u00ba 38, de 28 de mar\u00e7o de 1931, ainda que o chamasse de escudo.  Estabelecia o ato:<\/span><\/p>\n

O prefeito do Munic\u00edpio de S\u00e3o Gon\u00e7alo, por nomea\u00e7\u00e3o do interventor federal no Estado do Rio de Janeiro,<\/i><\/span><\/p>\n

Art. 1\u00ba – Resolve criar e adotar o escudo do munic\u00edpio.<\/i><\/span><\/p>\n

S\u00e3o os seguintes os caracter\u00edsticos do emblema municipal:<\/i><\/span><\/p>\n

Ao fundo, o Cruzeiro do Sul refulgindo ao sol do progresso;<\/i><\/span><\/p>\n

No primeiro plano, onde aparecem as principais culturas do munic\u00edpio, est\u00e1 representada a fruticultura;<\/i><\/span><\/p>\n

Circunda essa alegoria uma faixa bordada de estrelas, simbolizando os Estados do Brasil;<\/i><\/span><\/p>\n

Fecha o quadro uma fita com a legenda: \u201cCultivae a terra para o progresso do Brasil\u201d;<\/i><\/span><\/p>\n

Abaixo da legenda, a inscri\u00e7\u00e3o Munic\u00edpio de S\u00e3o Gon\u00e7alo;<\/i><\/span><\/p>\n

Em cima, o emblema da Ind\u00fastria e Com\u00e9rcio.<\/i><\/span><\/p>\n

Art. 2\u00ba – Revogam-se as disposi\u00e7\u00f5es em contr\u00e1rio.  (O Estado,1931, p. 1 e 3)<\/i><\/span><\/p>\n

Sua vida foi relativamente ef\u00eamera, porque o prefeito Samuel Barreira (1870\/1957), que o sucedeu em 02 de julho de 1931, o manteve, mas o mesmo n\u00e3o ocorreu com o prefeito \u00c1lvaro Miguelote Viana (1897\/1945), empossado em 22 de dezembro de 1932, que simplesmente o aboliu dos atos oficiais, situa\u00e7\u00e3o que perdurou at\u00e9 22 de julho de 1936, quando o prefeito \u00c1lvaro Moitinho (1893\/1941) optou por criar um novo bras\u00e3o e baixou o ato n\u00famero 20, do seguinte teor:<\/span><\/p>\n

O prefeito municipal de S\u00e3o Gon\u00e7alo, Estado do Rio de Janeiro, nomeado na forma da lei, etc., usando das atribui\u00e7\u00f5es que a lei lhe confere e<\/i><\/span><\/p>\n

Considerando que este munic\u00edpio j\u00e1 viveu em verdadeiro apogeu social, em tempos de grande fast\u00edgio, pela pl\u00eaiade de titulares, que tinha, e que possu\u00edam os seus bras\u00f5es;<\/i><\/span><\/p>\n

Considerando que o munic\u00edpio, como parte integrante do Estado do Rio de Janeiro, o \u00e9 com acentuado destaque, sob o aspecto industrial;<\/i><\/span><\/p>\n

Considerando que as culturas da laranjeira e do abacaxi constituem grandes fatores da vida econ\u00f4mica do munic\u00edpio, RESOLVE:<\/i><\/span><\/p>\n

Art. 1\u00ba – Fica criado o \u201cBras\u00e3o\u201d do Munic\u00edpio de S\u00e3o Gon\u00e7alo.<\/i><\/span><\/p>\n

Art. 2\u00ba – Esse bras\u00e3o, como emblema oficial do munic\u00edpio, figurar\u00e1 em todos os documentos oficiais desta Prefeitura, em os quais o timbre seja necess\u00e1rio.<\/i><\/span><\/p>\n

Art. 3\u00ba – O bras\u00e3o ser\u00e1, conforme o desenho aprovado nesta data, representado por um escudo, tendo na parte superior uma roda dentada, significando a ind\u00fastria mec\u00e2nica; aos lados, externamente ao corpo principal do escudo, uma cana e um ramo de cafeeiro, s\u00edmbolos dos principais fatores da vida econ\u00f4mica do Estado, de que o Munic\u00edpio \u00e9 parte \u2013 figurando, no interior do corpo principal do escudo, em cima, um edif\u00edcio industrial, junto a um cais mar\u00edtimo, representando as grandes ind\u00fastrias do munic\u00edpio, e, em baixo, – no interior do escudo – figuram, de um lado, um laranjal, e, de outro, uma cultura de abacaxis, que representam os grandes fatores da vida agr\u00edcola de S\u00e3o Gon\u00e7alo.<\/i><\/span><\/p>\n

Par\u00e1grafo \u00fanico \u2013 Leva o escudo os seguintes dizeres, pela ordem e de cima para baixo: Estado do Rio de Janeiro \u2013 Munic\u00edpio de S\u00e3o Gon\u00e7alo \u2013 22 de Setembro de 1890, data do decreto n\u00ba 124, referente \u00e0 cria\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio.<\/i><\/span><\/p>\n

Art. 4\u00ba – Revogam-se as disposi\u00e7\u00f5es em contr\u00e1rio.  (Di\u00e1rio Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 23\/07\/1936, p. 13)<\/i><\/span><\/p>\n

Sua exist\u00eancia foi mais longa que o anterior, por\u00e9m com uma interrup\u00e7\u00e3o, quando a Constitui\u00e7\u00e3o do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, aboliu todos os s\u00edmbolos estaduais e municipais e o interventor federal no Estado do Rio de Janeiro, comandante Amaral Peixoto (1905\/1989), pelo decreto n\u00ba 280, de 13 do mesmo m\u00eas, confirmou sua aboli\u00e7\u00e3o em territ\u00f3rio fluminense.  A partir da\u00ed, somente os s\u00edmbolos nacionais podiam ter culto c\u00edvico.<\/span><\/p>\n

Terminada a ditadura de Vargas em 1945 e com a elei\u00e7\u00e3o e posse, em 13 de outubro de 1947, do prefeito Egylio Justi (1913-1992), continuou ele usando o material impresso advindo de administra\u00e7\u00f5es anteriores, ainda com o bras\u00e3o da Rep\u00fablica, at\u00e9 que o prefeito Gilberto Afonso Pires (1915\/1993), empossado em 31 de janeiro de 1951, teve de mandar imprimir folhas de processo, envelopes e assemelhados e resgatou o antigo bras\u00e3o, j\u00e1 ent\u00e3o sem a roda dentada em sua parte superior.<\/span><\/p>\n

Assim ele sobreviveu at\u00e9 1969, quando o prefeito Osmar Leit\u00e3o Rosa prop\u00f4s \u00e0 C\u00e2mara Municipal, pela mensagem n\u00ba 17\/69, de 25 de agosto, o novo bras\u00e3o, que ainda hoje est\u00e1 em vigor, desde a san\u00e7\u00e3o da Delibera\u00e7\u00e3o n\u00ba 557\/69, de 10 de setembro daquele ano, que o aprovou em definitivo. Sua feitura \u00e9 de autoria do professor Alberto Lima (1898\/1971), heraldista e desenhista de renome, na \u00e9poca com exerc\u00edcio na Secretaria Geral do Ex\u00e9rcito, que realizou v\u00e1rios trabalhos, e os ofereceu graciosamente \u00e0 Prefeitura.  Deles, foi escolhido o que, com seu escudo,<\/span><\/p>\n

Representa a origem lusitana do Brasil; o turbante e as flechas referem-se aos Tamoios, os primitivos donos da terra; a estrela, a Gon\u00e7alo Gon\u00e7alves, o sesmeiro a quem se deveu a constru\u00e7\u00e3o da igreja dedicada a S\u00e3o Gon\u00e7alo de Amarante, criada por alvar\u00e1 de 10 de fevereiro de 1646;  a silhueta do Estado, evidenciando a presen\u00e7a do munic\u00edpio no conjunto estadual;  o conjunto industrial e a roda dentada marcam a industrializa\u00e7\u00e3o da comuna;  a colina com singelo cruzeiro, a maior demonstra\u00e7\u00e3o de f\u00e9 de um povo honesto, ordeiro e trabalhador a servi\u00e7o da p\u00e1tria; a faixa ondada, o Rio Guaxindiba, o mais destacado caminho fluvial do munic\u00edpio;  o caf\u00e9 e a cana, riquezas do passado, sempre presentes.  (Mensagem n\u00ba 17, de 25\/08\/1969)<\/i><\/span><\/p>\n

O professor Alberto Lima justificou ainda a ado\u00e7\u00e3o das datas de 1646 e 1890, por serem as de eleva\u00e7\u00e3o da igreja cat\u00f3lica a par\u00f3quia (embora alguns autores digam que foi em 1647 e, outros, em 1644) e de emancipa\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio, respectivamente, assim como o significado dos metais e esmaltes: ouro: for\u00e7a; prata: candura; vermelho: intrepidez;  azul:  serenidade;  e verde:  esperan\u00e7a, abund\u00e2ncia.<\/span><\/p>\n

Este bras\u00e3o est\u00e1 sendo longevo, pois h\u00e1 pouco completou quatro d\u00e9cadas, o que \u00e9 uma proeza para o Brasil, cujos administradores p\u00fablicos e privados n\u00e3o respeitam a Hist\u00f3ria e mudam s\u00edmbolos ao sabor de sua (des) intelig\u00eancia, enquanto em outros pa\u00edses procura-se preserv\u00e1-los por s\u00e9culos.  Para n\u00e3o ir mais longe, basta lembrar Portugal, onde a Universidade de Coimbra, por exemplo, mant\u00e9m at\u00e9 hoje o bras\u00e3o que lhe deram quando foi fundada, no s\u00e9culo XIII.<\/span><\/p>\n

O hino do Munic\u00edpio<\/b><\/h5>\n

Corria o ano de 1969 quando o prefeito Osmar Leit\u00e3o Rosa resolveu propor \u00e0 C\u00e2mara Municipal a ado\u00e7\u00e3o de s\u00edmbolos c\u00edvicos, com os quais a Cidade pudesse identificar-se.  A regra geral era (e \u00e9) que cada munic\u00edpio tivesse seu bras\u00e3o, sua bandeira e seu hino.  S\u00e3o Gon\u00e7alo j\u00e1 possu\u00eda o primeiro deles, de que falamos na abertura deste trabalho, e tornou-se importante, ent\u00e3o, termos nosso Hino.<\/span><\/p>\n

Para executar a tarefa, foi convidado aquele que era, \u00e0 \u00e9poca, um dos principais poetas da cidade, o professor Geraldo Pereira Lemos.  E este, depois de versejar as belezas da terra, pediu ao maestro Jayoleno dos Santos, da Orquestra Sinf\u00f4nica Brasileira, que musicasse sua obra po\u00e9tica.<\/span><\/p>\n

Falemos primeiro do professor Geraldo Pereira Lemos.  Filho de Jos\u00e9 Pereira Lemos (mineiro, que trabalhou na oficina da Estrada de Ferro Maric\u00e1, no bairro Santa Catarina, e aqui conheceu sua futura esposa, com quem voltou para Minas Gerais) e de Maria Nina Lemos, nasceu em quatro de fevereiro de 1933, em Conselheiro Lafaiete (MG), onde fez o curso prim\u00e1rio no Grupo Escolar Pac\u00edfico Vieira e em seguida foi internado em um col\u00e9gio de Barbacena para prosseguir os estudos.  Diante do rigoroso regime do internato, dele fugiu, aos 14 anos de idade, e veio para o Rio de Janeiro, onde se matriculou no Col\u00e9gio Pedro II, por ele abandonado ap\u00f3s um ano, e mudou-se para S\u00e3o Gon\u00e7alo, onde sua m\u00e3e, que enviuvara, j\u00e1 voltara a residir.  Era 1948 e Geraldo ingressou no Col\u00e9gio S\u00e3o Gon\u00e7alo, que cursou at\u00e9 concluir o ent\u00e3o ensino m\u00e9dio.  Come\u00e7ou a trabalhar como jornalista, da revista O Cruzeiro, profiss\u00e3o exercida por dois anos, e depois se tornou banc\u00e1rio.  A convite, come\u00e7ou a lecionar no pr\u00f3prio Col\u00e9gio S\u00e3o Gon\u00e7alo, iniciando-se sua longa carreira de professor, que exerceu n\u00e3o apenas ali como nos Col\u00e9gios Municipais Castello Branco e Ernani Faria, al\u00e9m de nas escolas particulares Azevedo Viana, Pereira Rocha e C\u00e9lia Peniche de Souza.  Escreveu dezesseis livros de poesia, prosa e romance, entre eles <\/span>Risos e L\u00e1grimas, Can\u00e7\u00f5es para Ninar Patr\u00edcia, O Melhor de Geraldo Lemos e A Cruz do Meu Calv\u00e1rio<\/span><\/i>.  Foi diretor dos Col\u00e9gios Municipais Presidente Castello Branco e Ernani Faria e do Servi\u00e7o Social da Ind\u00fastria (SESI), em S\u00e3o Gon\u00e7alo.  Geraldo teve poesias musicadas pelo compositor gon\u00e7alense Altay Veloso e \u00e9 membro das academias de letras de S\u00e3o Gon\u00e7alo (AGLAC), de Conselheiro Lafaiete\/MG e de Santa Maria Madalena\/RJ.  Foi agraciado com os t\u00edtulos de Cidad\u00e3o Gon\u00e7alense, Madalenense e Fluminense.  Al\u00e9m de haver integrado as diretorias do Instituto Gon\u00e7alense de Assist\u00eancia \u00e0 Maternidade e \u00e0 Inf\u00e2ncia (IGAMI), da Associa\u00e7\u00e3o de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e dos clubes Tamoio e Mau\u00e1, participou ativamente da campanha de cria\u00e7\u00e3o da Associa\u00e7\u00e3o Gon\u00e7alense de Estudantes (AGE), de que foi presidente em v\u00e1rios mandatos, e dos movimentos c\u00edvicos para homenagem \u00e0s mem\u00f3rias do m\u00e9dico Luiz Palmier, do pastor Waldemar Zarro, do monsenhor Godofredo Barenco Coelho e da professora Maria Estef\u00e2nia Melo de Carvalho, cujos bustos em bronze, obras do escultor Hon\u00f3rio Pe\u00e7anha, est\u00e3o espalhados pela cidade.  Felizmente, o professor Geraldo Lemos ainda est\u00e1 entre n\u00f3s.<\/span><\/p>\n

O mesmo n\u00e3o ocorre com o maestro Jayoleno dos Santos, falecido em 13 de julho de 2007 e sepultado no dia imediato no Cemit\u00e9rio Parque da Colina, em Niter\u00f3i.  Foi na vizinha cidade que ele nasceu, em oito de mar\u00e7o de 1913, no bairro do Barreto.  Aos cinco anos ficou \u00f3rf\u00e3o, com a morte de seus pais durante a epidemia de gripe espanhola em 1918.  Familiares cuidaram dele at\u00e9 os 10 anos de idade, quando ent\u00e3o foi internado no Patronato de Menores, no bairro de Para\u00edso.  Ali, o menino revelou-se verdadeiro prod\u00edgio n\u00e3o s\u00f3 no curr\u00edculo normal, como na m\u00fasica.  Ao sair do Patronato, frequentou o Conservat\u00f3rio de M\u00fasica de Niter\u00f3i e aperfei\u00e7oou-se na Escola Arc\u00e2ngelo Careli.  Em seguida, ingressou na Escola Nacional de M\u00fasica, hoje da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), formou-se em Harmonia Superior e Hist\u00f3ria da M\u00fasica, em 1935, e deu seu primeiro concerto no Teatro Municipal de Niter\u00f3i em 18 de janeiro de 1936, iniciando uma carreira brilhante.  Por concurso, tornou-se professor titular de clarineta da UFRJ e formou v\u00e1rios clarinetistas brasileiros de renome.  Em 1938, recebeu a medalha de ouro da Escola Nacional de M\u00fasica.  Em 1947, comp\u00f4s a primeira sonata brasileira para clarineta e piano, al\u00e9m de ter outras composi\u00e7\u00f5es de sucesso.  Tornou-se maestro, foi membro-fundador e primeiro-clarinetista da Orquestra Sinf\u00f4nica Brasileira, a qual regeu em v\u00e1rias ocasi\u00f5es, inclusive em substitui\u00e7\u00e3o ao maestro Isaac Karabtchevsky (1934\/…), de renome internacional, foi fundador da Sociedade Brasileira de M\u00fasica de C\u00e2mara e dirigiu e regeu a Orquestra Sinf\u00f4nica de Niter\u00f3i.<\/span><\/p>\n

Voltemos \u00e0 ado\u00e7\u00e3o do hino, propriamente dita.  J\u00e1 chegara o princ\u00edpio de 1970 e o prefeito Osmar Leit\u00e3o Rosa enviou \u00e0 C\u00e2mara Municipal a mensagem n\u00ba 02\/70, adotando a letra e a m\u00fasica de Geraldo Lemos e Jayoleno dos Santos como o Hino Oficial do Munic\u00edpio de S\u00e3o Gon\u00e7alo.  A proposta foi aprovada na sess\u00e3o legislativa de 22 de julho e coube ao prefeito Jos\u00e9 Alves Barbosa (1928\/2002) sancion\u00e1-la, tornando-a a delibera\u00e7\u00e3o n\u00ba 567\/70, de 30 de julho de 1970.  Barbosa era presidente da C\u00e2mara Municipal e nessa condi\u00e7\u00e3o assumira a Prefeitura em 13 de maio de 1970, data em que o prefeito Osmar Leit\u00e3o Rosa e o vice-prefeito Hairson Monteiro dos Santos (1937\/2011) renunciaram a seus mandatos, de acordo com a lei eleitoral em vigor na \u00e9poca, para se candidatarem \u00e0s elei\u00e7\u00f5es de 15 de novembro daquele ano.<\/span><\/p>\n

O hino foi cantado pela primeira vez em 22 de setembro seguinte, pelo coral dos alunos do Col\u00e9gio Municipal Presidente Castello Branco, regido pelo professor Elias Silva, na abertura das comemora\u00e7\u00f5es dos oitenta anos de emancipa\u00e7\u00e3o pol\u00edtico-administrativa do munic\u00edpio.<\/span><\/p>\n

Abro par\u00eanteses para falar sobre o Hino Nacional Brasileiro, letra de Joaquim Os\u00f3rio Duque Estrada (1870\/1927), que foi inspetor escolar estadual em S\u00e3o Gon\u00e7alo, e m\u00fasica de Francisco Manuel da Silva (1795\/1865).  Pode parecer extempor\u00e2nea a sua presen\u00e7a aqui, mas os leitores haver\u00e3o de compreend\u00ea-la com o texto a seguir.  \u00c9 que o nosso principal Hino tem omitido, ao longo dos tempos, uma de suas mais belas partes, qual seja a Introdu\u00e7\u00e3o.  Na pr\u00f3xima vez em que o leitor o ouvir, tente cant\u00e1-la assim que come\u00e7ar: <\/span><\/p>\n

Espera o Brasil \/ Que todos cumprais \/ Com o vosso dever. \/ Eia, avante, brasileiros, \/ Sempre avante! \/ Gravai com buril \/ Nos p\u00e1trios anais \/ Do vosso poder. \/ Eia avante, brasileiros, \/ Sempre avante! \/ Servi o Brasil \/ Sem esmorecer, \/ Com \u00e2nimo audaz \/ Cumpri o dever, \/ Na guerra e na paz, \/ \u00c0 sombra da lei, \/ \u00c0 brisa gentil \/ O l\u00e1baro erguei \/ Do belo Brasil. \/ Eia sus, oh sus!<\/span> (Enfermeira Ana Arcanjo, entrevista de 27\/04\/2009)<\/i><\/p>\n

Se o Hino Nacional Brasileiro cont\u00e9m tal omiss\u00e3o, n\u00e3o seria excepcional que algo semelhante ocorresse com o municipal.  Vejamos:<\/span><\/p>\n

Com a publica\u00e7\u00e3o da letra e da partitura daquela obra musical c\u00edvica, cuja letra \u00e9 de autoria do professor Geraldo Pereira Lemos (e fundada em seu poema \u201cPioneira do Progresso Fluminense\u201d) e a melodia \u00e9 do maestro Jayoleno dos Santos, tenho por objetivo cobrir uma falha comum a todas as publica\u00e7\u00f5es, inclusive as oficiais, que n\u00e3o possuem a partitura e, ao mesmo tempo, n\u00e3o esclarecem qual o estribilho da poesia.<\/span><\/p>\n

Vamos, pois, \u00e0 letra completa do Hino de S\u00e3o Gon\u00e7alo:<\/span><\/p>\n

S\u00e3o Gon\u00e7alo, cidade mui singela
\n<\/b>Erguida nos encantos de aquarela,
\n<\/b>Namorada de n\u00f3s os gon\u00e7alenses…
\n<\/b>Cidade que s\u00f3 cresce dia a dia.
\n<\/b>Monumento eternal, sol de alegria,
\n<\/b>Orgulho maior dos fluminenses…<\/b><\/span><\/em><\/p>\n


\n<\/b>Teu passado \u2013 cidade \u2013 foi honroso,
\n<\/b>Teu futuro ser\u00e1 maravilhoso,
\n<\/b>e o teu presente f\u00falgida verdade…
\n<\/b>Teu povo sempre ordeiro e liberal
\n<\/b>Semeia no teu seio maternal
\n<\/b>As prop\u00edcias sementes da bondade…<\/b><\/span><\/em><\/p>\n

Tens usinas com muitas chamin\u00e9s
\n<\/b>Que logo dizem prontas quem tu \u00e9s:
\n<\/b>Oficina onde bate rijo o malho…
\n<\/b>Macedo, Palmier, eis o talento.
\n<\/b>Esteph\u00e2nia, \u00f3 que grande monumento,
\n<\/b>Eis homens fortes, prontos ao trabalho.<\/b><\/span><\/em><\/p>\n

Teu passado \u2013 cidade \u2013 foi honroso,
\n<\/b>Teu futuro ser\u00e1 maravilhoso,
\n<\/b>e o teu presente f\u00falgida verdade…
\n<\/b>Teu povo sempre ordeiro e liberal
\n<\/b>Semeia no teu seio maternal
\n<\/b>As prop\u00edcias sementes da bondade…<\/b><\/span><\/em><\/p>\n

Tens igrejas festivas, cujos sinos
\n<\/b>bimbalham puros sons, bem cristalinos,
\n<\/b>da cidade fazendo pompa e gl\u00f3ria…
\n<\/b>Em Neves, Alc\u00e2ntara ou Gradim,
\n<\/b>Certamente tu tens, sim,
\n<\/b>A gra\u00e7a que engalana a tua Hist\u00f3ria…<\/b><\/span><\/em><\/p>\n

Teu passado \u2013 cidade \u2013 foi honroso,
\n<\/b>Teu futuro ser\u00e1 maravilhoso,
\n<\/b>e o teu presente f\u00falgida verdade…
\n<\/b>Teu povo sempre ordeiro e liberal
\n<\/b>Semeia no teu seio maternal
\n<\/b>As prop\u00edcias sementes da bondade…<\/b><\/span><\/em><\/p>\n

Conclu\u00eddo o texto completo do hino, cabe-me um esclarecimento:<\/span><\/p>\n

Nele s\u00e3o citadas tr\u00eas personalidades gon\u00e7alenses.  S\u00e3o elas: <\/span>Macedo<\/b>, o jornalista Ant\u00f4nio Vieira de Macedo (1879\/1962), que teve importante atua\u00e7\u00e3o nas principais conquistas da cidade, nas d\u00e9cadas de 1930 a 1950; <\/span>Palmier<\/b>, o m\u00e9dico Luiz Palmier (1893\/1955), que combateu, em lombo de burro, a gripe espanhola no final da d\u00e9cada de 1910, construiu o primeiro grande hospital p\u00fablico da cidade, foi vereador e deputado estadual;  e <\/span>Estephania<\/b>, a professora Maria Estephania Mello de Carvalho (1885\/1958), que aqui instalou, na d\u00e9cada de 1940, o Col\u00e9gio S\u00e3o Gon\u00e7alo, era conhecida como a M\u00e3e do Estudante Pobre e \u00e9 nome da Pra\u00e7a Estef\u00e2nia de Carvalho, no bairro de Z\u00e9 Garoto.<\/span><\/p>\n

A bandeira municipal<\/b><\/h5>\n

De acordo com o compromisso de resgatar a mem\u00f3ria hist\u00f3rica do munic\u00edpio de S\u00e3o Gon\u00e7alo, quanto a seus s\u00edmbolos c\u00edvicos, resta-me abordar a cria\u00e7\u00e3o da Bandeira do Munic\u00edpio, ap\u00f3s t\u00ea-lo feito em rela\u00e7\u00e3o ao nosso Bras\u00e3o e ao nosso Hino.<\/span><\/p>\n

O Bras\u00e3o faz parte da legisla\u00e7\u00e3o que criou a nossa Bandeira e os dois s\u00edmbolos integram a mesma Delibera\u00e7\u00e3o n\u00ba 557\/69, sancionada pelo prefeito Osmar Leit\u00e3o Rosa em 10 de setembro de 1969.<\/span><\/p>\n

Vamos, portanto, \u00e0 descri\u00e7\u00e3o de nosso pavilh\u00e3o: \u00e9 um ret\u00e2ngulo repartido por diagonais que formam quatro tri\u00e2ngulos na cor azul e branco, todos os quatro tri\u00e2ngulos em converg\u00eancia para o centro, onde est\u00e1 o Bras\u00e3o.  A Bandeira \u00e9 de autoria do heraldista, desenhista e professor Alberto Lima, que retratou no emblema a hist\u00f3ria do munic\u00edpio: tudo encimando, a coroa mural, comum a todos os munic\u00edpios brasileiros e remetendo \u00e0 sua origem portuguesa; o turbante [ou cocar ind\u00edgena] sobre duas flechas cruzadas refere-se aos \u00edndios Tamoios [em verdade, Tupinamb\u00e1s]; a estrela homenageia o sesmeiro Gon\u00e7alo Gon\u00e7alves;  a silhueta do mapa do Estado do Rio de Janeiro demonstra a import\u00e2ncia estadual do munic\u00edpio;  a roda dentada e o conjunto de f\u00e1bricas sinalizam o desenvolvimento industrial;  a colina e o cruzeiro representam a f\u00e9 do povo gon\u00e7alense;  a faixa ondada \u00e9 refer\u00eancia ao Rio Guaxindiba;  os ramos de caf\u00e9 e de cana de a\u00e7\u00facar lembram o passado agr\u00edcola;  e os anos de 1646 e 1890 s\u00e3o o registro da eleva\u00e7\u00e3o da capela a par\u00f3quia e da emancipa\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio, respectivamente.<\/span><\/p>\n

J\u00e1 houve tempo em que a Bandeira estava em todas as pra\u00e7as e escolas do Munic\u00edpio, nos pr\u00e9dios p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, e havia at\u00e9 um modelo em escala reduzida, colocado em cada sala de aula, na mesa do professor.  Mas, se hoje j\u00e1 n\u00e3o h\u00e1 respeito e muito menos venera\u00e7\u00e3o pela Bandeira Nacional (exce\u00e7\u00e3o aos eventos esportivos e solenidades militares), seria demais querer que as Bandeiras Estadual e Municipal os tivessem.<\/span><\/p>\n


\n

Fontes<\/i><\/b>: Delibera\u00e7\u00e3o Municipal n\u00ba 557, de 10\/09\/1969 (Arquivo da C\u00e2mara Municipal de S\u00e3o Gon\u00e7alo \u2013 ACMSG).<\/span><\/i><\/p>\n

             Delibera\u00e7\u00e3o Municipal n\u00ba 567, de 30\/07\/1970 (ACMSG).<\/span><\/i><\/p>\n

             Di\u00e1rio Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 23\/07\/1936, p. 13; 11\/11 e 14\/11\/1937, ambos p. 4 (Imprensa Oficial do RJ).<\/span><\/i><\/p>\n

             O Estado, 01\/04\/1931, p. 1 e 3 (Funda\u00e7\u00e3o Biblioteca Nacional).<\/span><\/i><\/p>\n

             O Fluminense, 16\/01\/1936, p. 1 (Funda\u00e7\u00e3o Biblioteca Nacional).<\/span><\/i><\/p>\n

             Mensagem \u00e0 C\u00e2mara Municipal n\u00ba 17, de 25\/08\/1969 (ACMSG).<\/span><\/i><\/p>\n

             Mensagem \u00e0 C\u00e2mara Municipal n\u00ba 02, de 13\/05\/1970 (ACMSG).<\/span><\/i><\/p>\n

             Ana Arcanjo (A Introdu\u00e7\u00e3o do Hino Brasileiro), capturada no YouTube em 31\/01\/2010, \u00e0s 10h20min.<\/span><\/i><\/p>\n

             Fernando Jos\u00e9 Silveira (entrevista concedida ao autor em 10\/01\/2010).<\/span><\/i><\/p>\n

             Ferreira, Aur\u00e9lio Buarque de Holanda, Novo Dicion\u00e1rio da L\u00edngua Portuguesa, 2\u00aa ed., Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1998.<\/span><\/i><\/p>\n

             Lemos, Geraldo Pereira, O Melhor de Geraldo Lemos, Poesia e Prosa, S\u00e3o Gon\u00e7alo, Centauro\u2019s Gr\u00e1fica e Papelaria Ltda., 1986.<\/span><\/i><\/p>\n

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