Tenho consci\u00eancia de que o dinheiro \u00e9 escasso para toda a\nclasse trabalhadora. E tamb\u00e9m tenho consci\u00eancia de que os pol\u00edticos nunca se\ninteressaram muito pela educa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Educa\u00e7\u00e3o n\u00e3o interessa aos pol\u00edticos porque independentemente do que se estuda, sempre se sabe um pouquinho mais. E quem sabe mais, ou se revolta ou \u00e9 mais um para dividir a ast\u00facia e reduzir o ganho.<\/p>\n\n\n\n
Brasil, Ordem e Progresso; P\u00e1tria Educadora; Educa\u00e7\u00e3o para todos; P\u00e1tria amada, Brasil… Muitos slogans, pouca a\u00e7\u00e3o conclusiva.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Durante muito tempo importamos modelos de educa\u00e7\u00e3o, principalmente da Europa e dos Estados Unidos. E quando criamos alguma coisa no Brasil, \u00e9 apenas para as exce\u00e7\u00f5es. A educa\u00e7\u00e3o inclusiva no Brasil, por exemplo, n\u00e3o parte nem da \u00e1rea de educa\u00e7\u00e3o. Apenas foi absorvida por esta.<\/p>\n\n\n\n
A Lei do \u201cCalote\u201d, de FHC, permite que o aluno menor de idade, mesmo inadimplente, tenha direito a todas as aulas, avalia\u00e7\u00f5es, documentos e regalias que o aluno que paga tem. A escola e os professores t\u00eam que trabalhar normalmente com esse aluno. S\u00f3 que a inadimpl\u00eancia cresce, n\u00e3o s\u00f3 por parte do que n\u00e3o pode pagar, mas por parte do que pode e que sabe que nada vai acontecer a n\u00e3o ser perder o seu cr\u00e9dito, caso a escola inclua nos servi\u00e7os de prote\u00e7\u00e3o financeira.<\/p>\n\n\n\n
O grave problema da inclus\u00e3o \u00e9 que para os que criam e apoiam a lei, todos podem ser inclu\u00eddos. E segundo as pr\u00f3prias APAEs, nem todos est\u00e3o no mesmo n\u00edvel. Enquanto as escolas do governo lutam para reduzir seus gastos e otimizam turmas, as particulares, que precisam dos alunos, devem contratar mediadores e arcar com os custos, n\u00e3o tendo como remunerar melhor o professor.<\/p>\n\n\n\n
Ali\u00e1s, a remunera\u00e7\u00e3o baixa do professor \u00e9 fruto tamb\u00e9m do desamparo em que se encontra a Escola Particular.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Pensemos bem. Para sobreviver, a Escola Particular tem que\npagar impostos. E S\u00e3o Gon\u00e7alo n\u00e3o \u00e9 um munic\u00edpio que facilite as coisas. Tem\nque pagar energia el\u00e9trica alta porque precisa ter ar condicionado nas salas.\nTem que ter laborat\u00f3rios e bibliotecas funcionando. Tem um baita gasto de \u00e1gua.\nTem que cobrar o m\u00ednimo, para ter alunos. Tem que receber pessoas com\ndefici\u00eancia e se adequar a elas com rampas, banheiros apropriados, sinaliza\u00e7\u00e3o,\nredu\u00e7\u00e3o de alunos por sala, mediadores, etc., sem poder aumentar o valor da\nmensalidade. O que sobrar\u00e1 para os educadores e para o mantenedor? Isso sem\ncontar com as escolas n\u00e3o regularizadas e que n\u00e3o pagam qualquer imposto ou\ntaxa, reduzindo o n\u00famero de alunos circulantes no mercado, de forma desonesta.<\/p>\n\n\n\n
Se o professor apenas sobrevive, trabalhando em tr\u00eas turnos, \u00e9 porque alguma coisa n\u00e3o est\u00e1 correta. N\u00e3o falo de enriquecimento, falo de sobreviv\u00eancia.<\/p><\/blockquote>\n\n\n\n
Pobre educa\u00e7\u00e3o. Pobres educadores. Mas sobretudo, pobre povo\nque n\u00e3o conta com governos coerentes e decentes no tocante \u00e0 Educa\u00e7\u00e3o. Escolas\nfalindo, professores insatisfeitos, curr\u00edculo elaborado por quem nunca militou\nna Educa\u00e7\u00e3o B\u00e1sica, por quem nunca ensinou a ler ou a escrever ou a contar.<\/p>\n\n\n\n
E vamos em frente nesse \u201csalve-se quem puder\u201d de uma\neduca\u00e7\u00e3o de qualidade inferior \u00e0 da Eti\u00f3pia, cheia de slogans, cheia de\nincompetentes dominando e sem resultado pr\u00e1tico que eleve a capacidade do povo.<\/p>\n