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{"id":910,"date":"2016-08-15T20:06:50","date_gmt":"2016-08-15T23:06:50","guid":{"rendered":"http:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/?p=910"},"modified":"2016-08-15T20:08:01","modified_gmt":"2016-08-15T23:08:01","slug":"ecos-do-passado-capitulo-primeiro","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/autores\/pereira-da-silva-pereirinha\/ecos-do-passado-capitulo-primeiro\/","title":{"rendered":"Ecos do Passado – Cap\u00edtulo Primeiro"},"content":{"rendered":"
N\u00e3o! N\u00e3o posso acreditar! Isto n\u00e3o deveria ter acontecido. Desculpe-me, por Deus!<\/div>\n
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O rel\u00f3gio na mesinha de cabeceira marcava vinte e tr\u00eas horas, faltando poucos minutos. Trov\u00f5es e raios romperam a escurid\u00e3o l\u00e1 fora e lan\u00e7aram luzes intermitentes para dentro do quarto anunciando forte tempestade.<\/div>\n
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O corpo estendido sobre a cama e olhos interrogativos. O que teria acontecido? O barulho da natureza assustou e provavelmente paralisou ou inibiu o membro da inicia\u00e7\u00e3o. Tamb\u00e9m teria afetado as mentes e os pensamentos acionadores do processo que daria seguimento ao ato que nem teria \u00a0come\u00e7ado.<\/div>\n
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Tal coisa jamais aconteceu com tamanha for\u00e7a inibidora do ato que seria natural, belo, da comunh\u00e3o de dois corpos que ainda n\u00e3o se conheciam, mas que estavam prontos para se conhecerem, para ganharem uma nova vida, que poderia ser feliz ou infeliz ao longo dos anos. Nunca se sabe, n\u00e3o \u00e9 mesmo? O tempo passa e os corpos permanecem quase im\u00f3veis. Percebe-se, no entanto, que as mentes trabalham, mas n\u00e3o voltam ao estado em que estavam quando foram crivadas pelos trov\u00f5es e os raios.<\/div>\n
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As mentes trabalham incansavelmente, d\u00e3o volteios sofr\u00edveis. N\u00e3o param. N\u00e3o encontram o que procura, mas n\u00e3o param. Os corpos continuam im\u00f3veis. Os olhos falam por si. S\u00e3o interrogativos e buscam uma explica\u00e7\u00e3o. O rapaz busca para si uma explica\u00e7\u00e3o. Qualquer coisa que justifique o que aconteceu com ele ou com ambos. Parece perplexo, mas na verdade est\u00e1 surpreso e angustiado. Ele se encontra numa situa\u00e7\u00e3o constrangedora. H\u00e1 meses, dia ap\u00f3s dia, vinha observando a linda jovem que a desejava nos seus bra\u00e7os, em sua cama, num quarto de hotel, amando-se. Seu desejo era imenso.<\/div>\n
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Esse dia chegou, inesperadamente, e da maneira mais estranha, quase casual. Encontrava-se no bar do hotel que frequentava em Ipanema uma vez por semana, sempre ao cair da noite e l\u00e1 ficava at\u00e9 por volta da meia noite. Bebia u\u00edsque e ouvia m\u00fasica. Ao sair, gratificava o gar\u00e7om, dizia at\u00e9 breve e era s\u00f3.<\/div>\n
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Nesse dia, com a noite se aproximando, ele entrou no hotel e caminhou para o balc\u00e3o do bar, sentou e pediu o de sempre, al\u00e9m de fil\u00e9 mignhon picado ao molho madeira. Levou alguns minutos para esvaziar a primeira dose. Quieto no seu canto, ouvia silencioso a m\u00fasica ambiente, provavelmente refletindo sobre os movimentos de sobe e desce da bolsa de valores, que acompanhava como operador de alguns amigos endinheirados.<\/div>\n
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Sua companhia dessa noite, ele a viu pela primeira vez h\u00e1 dois ou tr\u00eas meses e voltou a v\u00ea-la outras vezes, sempre vestida com sobriedade. Nessas ocasi\u00f5es estava quase sempre sozinha. Bebia alguma coisa, coquetel de prefer\u00eancia, comia algo e sa\u00eda. Algumas vezes chegava acompanhada de amigas, conversavam animadamente, riam, dividiam a conta e sa\u00edam.<\/div>\n
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Nessa noite, ela chegou sozinha, se dirigiu ao balc\u00e3o ao inv\u00e9s de sentar-se numa das mesas. Vestia um conjunto de saia e blusa azul piscina. Estava muito elegante. N\u00e3o trocaram olhares furtivos, mas se viam e se examinavam cada qual de maneira peculiar. N\u00e3o estavam distante um do outro. Garota de Ipanema invade o ambiente, excitando agradevelmente ele e ela, fazendo-os balan\u00e7ar levemente nos bancos. A seguir o sistema de som transmite Samba do Avi\u00e3o, outro cl\u00e1ssico de Tom Jobim. Ele lhe acena com o copo, num gesto de oferecimento. Ela ri com suavidade. Sorriso meigo, lascivo. Ele a convida para sentar-se ao seu lado. Ela aceita. Conversam longamente. Conversa em surdina. E assim ficaram muito pr\u00f3ximos por quase uma hora. Uma eternidade para os enamorados.<\/div>\n
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A banda do bar chega e come\u00e7a a arrumar os instrumentos enquando a m\u00fasica ambiente continua em lamentos. A banda afina os instrumentos para come\u00e7ar a tocar. L\u00e1 fora tudo era sil\u00eancio. Sa\u00edram um ao lado do outro sem se tocarem. Chegaram ao destino final com a noite linda. A lua estava sendo coberta por nuvens. Imagem l\u00fagubre. No quarto para a inicia\u00e7\u00e3o, os rel\u00e2mpagos e os trov\u00f5es chegaram inesperadamente e os primeiros pingos de \u00e1gua come\u00e7aram a cair e a salpicarem a janela do quarto onde estavam, ela ainda na cama e ele de p\u00e9, silencioso.<\/div>\n
Situa\u00e7\u00e3o incompreens\u00edvel. Ela ergueu a cabe\u00e7a. Curvou-se um pouco e disse com tristeza: – \u00e9 da natureza humana, amigo. N\u00e3o se culpe. Sempre haver\u00e1 outro dia.<\/div>\n
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E ele: – \u00c9, sim, mas nem tanto. Mas…sempre haver\u00e1 um outro dia.<\/div>\n
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Falta muito para o amanhecer e a madrugada \u00e9 triste, solit\u00e1ria, mesmo estando com uma companhia. Mas…e da\u00ed, essa companhia \u00e9 de pouca valia, pelos menos agora diante da impot\u00eancia. O qu\u00ea fazer? Um passado distante. N\u00e3o muito distante, volta \u00e0 mente para relembran\u00e7as de uma \u00e9poca em que n\u00e3o se tinha muita responsabilidade. Nesse passado, alegre, sim, mas sem um futuro \u00e0 vista. N\u00e3o se sabe o que viria a ser o amanh\u00e3. Podia ser qualquer coisa. Dif\u00edcil saber. N\u00e3o saberia o que fazer. Ficar seria \u00a0prolongar a situa\u00e7\u00e3o humilhante. Permanecer im\u00f3vel seria prolongar a impot\u00eancia. Sair, abandon\u00e1-la ali, agora sentada na cama, despida, seria covardia. Um covarde! N\u00e3o! Covarde? N\u00e3o!<\/div>\n
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Acontece que em situa\u00e7\u00f5es assim surge a vontade de buscar uma sa\u00edda. Sim. Uma sa\u00edda, qualquer sa\u00edda. Mas…qu\u00ea sa\u00edda? Ela simplesmente, mesmo dizendo compreender, n\u00e3o entenderia bem uma decis\u00e3o dessa. Ora… mas isso n\u00e3o pode ser por toda a vida, n\u00e3o. Num outro dia, as coisas n\u00e3o seriam assim, n\u00e3o, com fei\u00e7\u00e3o de acabadas, definitivamente acabadas. Agora, sim, tudo parece que acabou. Mas n\u00e3o, n\u00e3o acabou porque \u00e9 muito complicada uma decis\u00e3o dessa natureza. A pessoa luta intensamente para se reencontrar, reconhecer-se nesse processo de reconstru\u00e7\u00e3o org\u00e2nica, com tudo que seja parte de si, mas n\u00e3o consegue. Simplesmente n\u00e3o consegue. E o tempo vai passando, passando rapidamente. Sabe que tem que se recompor. Vestir-se e sair, mas tamb\u00e9m n\u00e3o consegue. Luta com seus pensamentos. Ora pensa em sair desse quarto correndo, fugindo de tudo, esquecer tudo. Ora pensa em ficar, arranjar as coisas at\u00e9 mesmo para que fiquem amigos, para que sejam, da\u00ed pra frente, verdadeiros amigos, para que tenham uma verdadeira amizade. Est\u00e1 apiedada ou mesmo arrependida de que tenha chegado a essa situa\u00e7\u00e3o. Apiedade dela pr\u00f3pria e tamb\u00e9m dele.<\/div>\n
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Vira-se e olha para a janela. A chuva continua firme e forte, mas sem trov\u00f5es e rel\u00e2mpagos. Volta a cabe\u00e7a e fixa os olhos no corpo em p\u00e9, ereto \u00e0 sua frente e v\u00ea nele uma esp\u00e9cie de espantalho. Um cad\u00e1ver em p\u00e9. Num vislumbre tira o espantalho da mente, tira o cad\u00e1ver da mente, e lembra de momentos antes quando ainda estavam no bar do hotel, acalentando-se ao som, \u00e0 voz, de Tom Jobim. Sente na boca o gosto, o sabor do coquetel de frutas com u\u00edsque que ele lhe ofereceu. Lembrou da m\u00e3o delicada, macia, que afagava a sua com do\u00e7ura. E de ambos caminhando, lado a lado, sem se tocarem.<\/div>\n
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Na verdade s\u00f3 se tocaram no t\u00e1xis, quando ele abra\u00e7ou-a e beijo-a na boca com sofreguid\u00e3o. Beijo ardente de quem ama com paix\u00e3o. Amor. Paix\u00e3o. Seria verdade!? N\u00e3o, n\u00e3o seria. A verdade \u00e9 que ele a acompanhava de longe, quereria para si como uma esp\u00e9cie de aventura. Uma conquista que deveria esquecer. Poderia, sim, de vez em quando se encontrarem. Mas isto n\u00e3o seria aconselh\u00e1vel. Ela casada, com filhos. E ele tamb\u00e9m casado, n\u00e3o se sabe se com filhos ou n\u00e3o, de qualquer maneira esses encontros \u00e0s escondidas, mesmo que fortuitos, n\u00e3o seriam nada aconselh\u00e1veis.<\/div>\n
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