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{"id":980,"date":"2016-09-04T19:46:47","date_gmt":"2016-09-04T22:46:47","guid":{"rendered":"http:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/?p=980"},"modified":"2016-09-06T19:46:56","modified_gmt":"2016-09-06T22:46:56","slug":"as-aguas-milagrosas","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.fredericocarvalho.com.br\/tema\/sao-goncalo\/as-aguas-milagrosas\/","title":{"rendered":"As \u00e1guas milagrosas"},"content":{"rendered":"

Pelos menos tr\u00eas fontes de \u00e1gua pot\u00e1vel existentes em S\u00e3o Gon\u00e7alo foram classificadas como milagrosas, seja pela crendice popular, seja pela explora\u00e7\u00e3o comercial: uma no Porto Velho, outra no hoje denominado bairro \u00c1gua Mineral (e que j\u00e1 se chamou \u00c1guas Francesas) e a terceira em Itaitindiba, na antiga zona rural. Afora outras, consideradas medicinais, mas que n\u00e3o tiveram a explora\u00e7\u00e3o miraculosa, como a encontrada na fazenda do juiz de paz Justiniano Vargas de Faria, em Cordeiros, ferruginosa e aproveitada como t\u00f4nico em diversas afec\u00e7\u00f5es, na d\u00e9cada de 1830.\u00a0<\/span><\/p>\n

\"Adquira<\/a>

Adquira seu exemplar Pe\u00e7a pelo site.<\/p><\/div>\n

Interessa-nos, aqui, aquelas fontes consideradas milagrosas, ou seja, as de Itaitindiba, do Rocha e do Porto Velho.<\/span><\/p>\n

A fonte do Porto Velho resultou na constru\u00e7\u00e3o de uma igreja e, curiosamente, \u00e9 a terceira e mais recente delas. Trata-se da nascente no alto do morro a que se tem acesso pela Rua Prefeito Am\u00e9rico Ribeiro, no bairro de Porto Velho. Desde princ\u00edpios do s\u00e9culo XX, as pessoas ali iam para beber da \u00e1gua que as curava de um tudo, de acordo com a f\u00e9 que tinham e que tornavam p\u00fablica. Era 1947 quando os vizinhos Manoel Silva e Rodolfo Jos\u00e9 de Rosa, moradores da Rua Lenor, 273 e 354, foram a Uruc\u00e2nia (MG), em busca de melhoria para sua sa\u00fade, na Igreja de Nossa Senhora das Gra\u00e7as, dirigida pelo padre Ant\u00f4nio Pinto. Sentiram-se melhor e fizeram a promessa de construir uma capela daquela devo\u00e7\u00e3o em sinal de agradecimento. Reuniram-se logo depois com outros paroquianos e foi criada a primeira comiss\u00e3o, presidida pelo alfaiate Ant\u00f4nio F\u00e9lix Cardoso, conseguiram a doa\u00e7\u00e3o do terreno pelo seu propriet\u00e1rio, advogado C\u00edcero Nobre Machado, secret\u00e1rio da Companhia Nacional de Navega\u00e7\u00e3o Costeira, e iniciaram a constru\u00e7\u00e3o da (ent\u00e3o capela) Igreja de Nossa Senhora das Gra\u00e7as, para que nela fossem celebradas missas dominicais pelo p\u00e1roco de Santo Ant\u00f4nio, na Covanca, a que estava subordinada. Eis que, em seis de mar\u00e7o de 1949, no pequeno altar montado para a celebra\u00e7\u00e3o religiosa, enquanto prosseguia a constru\u00e7\u00e3o, Francisco Pereira Dias, de 53 anos, morador na Rua Lafaiete, 58, subiu ao altar com uma bengala e desceu sem ela. \u201cSeu\u201d Chico morava no Rio e trabalhara na firma Campos Silva & Cia, de onde saiu em 1945 e foi trabalhar como marmorista, quando teve, em 1947, paralisia do lado esquerdo do corpo e foi morar com as filhas Edm\u00e9ia e Juraci, no Porto Velho. Declarado incur\u00e1vel pelos m\u00e9dicos, no segundo semestre de 1948 fez as novenas de novembro na capela em constru\u00e7\u00e3o e alcan\u00e7ou a cura em mar\u00e7o de 1949. O boato de milagres intensificou-se a partir da\u00ed e atingiu o territ\u00f3rio nacional, exponenciando as romarias vindas de v\u00e1rias partes do pa\u00eds, com grande repercuss\u00e3o na imprensa. Seu crescimento foi tal que a par\u00f3quia acabou por ser criada em 22 de junho daquele mesmo ano mediante decreto episcopal de dom Jo\u00e3o da Matta Andrade e Amaral, bispo de Niter\u00f3i. At\u00e9 hoje, a \u00e1gua continua a brotar, mas j\u00e1 sem o apelo milagroso, desestimulado pelos religiosos que comandaram aquele templo desde ent\u00e3o, o que n\u00e3o tem impedido a busca por fi\u00e9is, ainda nos dias atuais.<\/span><\/p>\n

Duas outras, sem car\u00e1ter religioso, por\u00e9m com grande simbolismo pol\u00edtico e social, s\u00e3o as que eram conhecidas desde o princ\u00edpio do s\u00e9culo XIX em Itaitindiba e no Rocha, esta \u00faltima um conjunto de fontes que dava ao local a denomina\u00e7\u00e3o de \u00c1guas Francesas, cultivada pela fam\u00edlia Malafaia e que se perdeu com o tempo depois de sua utiliza\u00e7\u00e3o industrial. O local chegou a ser amea\u00e7ado de ter sua natureza afetada quando, na sess\u00e3o da C\u00e2mara Municipal de Niter\u00f3i, de 26 de julho de 1875, o m\u00e9dico e vereador Ant\u00f4nio do Nascimento Silva prop\u00f4s a sua compra aos herdeiros de Rosa Furtado da Costa para ali instalar um cemit\u00e9rio. Custaria 800$000, mas o Legislativo n\u00e3o dispunha do dinheiro e o neg\u00f3cio n\u00e3o foi adiante, com o que as fontes ficaram preservadas.<\/span><\/p>\n

Quem percebeu o potencial daquele recurso natural, j\u00e1 no s\u00e9culo XX, foi Pedro Rodrigues Pinto (1887\/1966), tip\u00f3grafo, jornalista, advogado, loteador de \u00e1reas privadas, gerente do Banco Comercial e Industrial de Niter\u00f3i e funcion\u00e1rio da prefeitura niteroiense. Comprou a \u00e1rea dos herdeiros de dona Rosa, em 1929, e logo depois anunciou haver descoberto uma fonte de \u00e1gua mineral. Marqueteiro de primeira, ele colocou a \u00e1rea \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o da Federa\u00e7\u00e3o dos Escoteiros Fluminenses para acampamento, come\u00e7ou a levar secret\u00e1rios estaduais, prefeitos, dirigentes cat\u00f3licos e evang\u00e9licos e outras figuras de destaque at\u00e9 l\u00e1, al\u00e9m de distribuir a \u00e1gua a pessoas influentes e divulgar seus elogios, como ocorreu com o futuro escritor Rubem Braga (1913-1990) e o tribuno Maur\u00edcio de Lacerda (1888-1959). Providenciava publica\u00e7\u00f5es dos efeitos milagrosos na sa\u00fade de seus usu\u00e1rios, entre eles o poema \u201c\u00c1gua Milagrosa da Fonte do Rocha\u201d, de Adalberto Nicoll. E divulgava as doen\u00e7as para as quais a \u00e1gua era apropriada, como se fazia com todas as \u00e1guas minerais da \u00e9poca, chamadas de \u201cvirtuosas\u201d, no caso mineiro.<\/span><\/p>\n

Pedro Pinto come\u00e7ou a distribuir a \u00c1gua Mineral S\u00e3o Gon\u00e7alo ao com\u00e9rcio de Niter\u00f3i e S\u00e3o Gon\u00e7alo em nove de julho de 1930, cinco meses depois de colocar caminh\u00f5es na prefeitura para conduzir a popula\u00e7\u00e3o gon\u00e7alense para l\u00e1, at\u00e9 que o empres\u00e1rio Agenor Pacheco da Silva, nascido no bairro do Rocha e dono da Garagem (como se chamava \u00e0 \u00e9poca o que \u00e9 hoje ag\u00eancia de autom\u00f3veis) S\u00e3o Louren\u00e7o, de Niter\u00f3i, instalasse uma linha de \u00f4nibus naquele trecho, o que s\u00f3 ocorreu em 29 de junho, quando Eug\u00eanio Silva, estimulado e financiado por Agenor, lan\u00e7ou a empresa Auto Comercial. Pedro prosseguiu no marketing do produto, com a cria\u00e7\u00e3o da Filarm\u00f4nica de S\u00e3o Gon\u00e7alo, composta por seus funcion\u00e1rios, festas com a Miss Estado do Rio, Maria Nazareth Lamego Viggianni, e a Miss S\u00e3o Gon\u00e7alo, Maria Augusta de Aguiar. Seus olhos brilharam quando, em setembro de 1931, l\u00e1 estiveram Hor\u00e1cio Papert, Roberto Vance e J\u00falio Pimentel, acompanhados dos doutores Isaac Garson e Ant\u00f4nio Rezeck, que identificaram e recolheram pedras com b\u00f3rax (borato de s\u00f3dio decaidratado, cristalino, usado como antiss\u00e9tico), enviando-as a exame na Europa, que concluiu ser pequena a concentra\u00e7\u00e3o e sem interesse industrial, portanto. Em compensa\u00e7\u00e3o, naquele mesmo ano de 1931, em dez de outubro recebia o Grande Diploma de Honra e atestado de qualidade da \u00e1gua mineral, conferidos pelo Instituto Agr\u00edcola Brasileiro, e quatro dias depois o Diploma de Grande Pr\u00eamio da Exposi\u00e7\u00e3o Agr\u00edcola e Industrial de S\u00e3o Gon\u00e7alo, realizada pouco antes pela prefeitura e o governo do estado. S\u00f3 em 29 de junho de 1932, data de seu anivers\u00e1rio, Pedro Pinto inaugurou a fonte com grande festa.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Por\u00e9m, ela n\u00e3o gerava recursos financeiros suficientes, da\u00ed porque Pedro Pinto obteve do prefeito Miguelote Viana, em outubro de 1933, pelo ato n\u00ba 40, autoriza\u00e7\u00e3o para o funcionamento de cassino na Est\u00e2ncia Hidromineral, o que de nada adiantou, tantas as exig\u00eancias feitas pela prefeitura. Por isso, o empres\u00e1rio tentou diversificar, com o plantio de amoreiras destinadas \u00e0 produ\u00e7\u00e3o do bicho da seda, e obteve do prefeito Samuel Barreira isen\u00e7\u00e3o de impostos municipais, que viria a ser cassada pelo prefeito Miguelote Viana, ao retornar ao cargo, pelo ato n\u00ba 24, de setembro de 1935. A esta altura, o governo federal baixou decreto proibindo que as \u00e1guas minerais divulgassem seus pretensos poderes curativos e determinou que todas fossem submetidas a novo exame laboratorial para comprovar sua composi\u00e7\u00e3o, obrigat\u00f3ria nos r\u00f3tulos. No princ\u00edpio de 1940, a produ\u00e7\u00e3o j\u00e1 estava suspensa, quando Pedro Pinto decidiu vender a Est\u00e2ncia Hidromineral S\u00e3o Gon\u00e7alo, em tr\u00eas de setembro, a Adolpho Dourado Lopes e Domingos Oliveira da Silva. Estes conseguiram autoriza\u00e7\u00e3o do governo federal, em tr\u00eas de dezembro, para a explora\u00e7\u00e3o da mina, adquiriram novos equipamentos, instalaram-nos e retomaram a produ\u00e7\u00e3o em abril de 1942, embora s\u00f3 viesse o primeiro deles obter a renova\u00e7\u00e3o da concess\u00e3o de explora\u00e7\u00e3o da \u00e1gua mineral em 15 de mar\u00e7o de 1944. A empresa prosperou (teve at\u00e9 um time de futebol importante, \u00e0 \u00e9poca, em S\u00e3o Gon\u00e7alo), mas come\u00e7ou a decair com a entrada de produtos de outros estados, a pre\u00e7os mais baixos, na d\u00e9cada de 1950. Dez anos depois, foi vendida ao empres\u00e1rio gon\u00e7alense Jair da Silva Pessoa, o \u201cDidico\u201d, que n\u00e3o conseguiu salv\u00e1-la da cont\u00ednua decad\u00eancia causada pela concorr\u00eancia, at\u00e9 que encerrasse de vez a produ\u00e7\u00e3o. O patrim\u00f4nio passou a fazer parte do esp\u00f3lio dos bens deixados por \u201cDidico\u201d e foi vendido, em 2012, para o empres\u00e1rio Domenico Lorusso, tamb\u00e9m da \u00e1rea de transportes coletivos. <\/span><\/p>\n

Quanto \u00e0 fonte de Itaitindiba, sua hist\u00f3ria come\u00e7a com a constru\u00e7\u00e3o da sede da fazenda pelos jesu\u00edtas, nos anos 1600, e depois por eles abandonada quando o futuro Marqu\u00eas de Pombal expulsou das terras portuguesas os membros daquela ordem religiosa. Sua propriedade posterior s\u00f3 \u00e9 identificada no princ\u00edpio do s\u00e9culo XIX, quando pertencia a dona Francisca Eg\u00eddia de Bustamante Alvarenga, sogra e tia do comendador Jos\u00e9 Joaquim Ferreira de Alvarenga, tamb\u00e9m fazendeiro na regi\u00e3o e que juntou as duas propriedades quando do falecimento daquela fazendeira. Importante figura na pol\u00edtica da cidade (foi o primeiro Chefe de Executivo do munic\u00edpio emancipado em 1890 e \u00e9 nome de rua no bairro do Gradim), o comendador Alvarenga usava a fazenda tamb\u00e9m para servir aos amigos, gra\u00e7as \u00e0 excelente \u00e1gua de fonte que ali existia; era comum casais passarem a lua de mel l\u00e1, como ocorreu com o inspetor geral da instru\u00e7\u00e3o p\u00fablica do Estado, Norberto Pereira Pinto, ao se casar com dona Isabel Marques da Silva em julho de 1890, ou outros irem ali para recuperar as energias, como ocorreu com o c\u00f4nego Jo\u00e3o Ferreira Goulart em 1894 (ap\u00f3s passar v\u00e1rios dias preso durante a Revolta da Armada). Com a sa\u00fade debilitada, o comendador Alvarenga mudou a resid\u00eancia para o Fonseca, em Niter\u00f3i, em maio de 1896, pouco ap\u00f3s vender a fazenda para o padre Manoel Joaquim Henriques de Azevedo Farias.<\/span><\/p>\n

Natural de Maric\u00e1, o padre Manoel Joaquim ali exercia o seu apostolado e possu\u00eda muitas terras (at\u00e9 hoje \u00e9 conhecida a Serra do Padre), influenciando a pol\u00edtica e os neg\u00f3cios. Nestes, o principal foi tornar-se incorporador da Estrada de Ferro Maric\u00e1, em 1886, juntamente com o vig\u00e1rio Sebasti\u00e3o de Azevedo de Ara\u00fajo Gama e o bar\u00e3o de Ino\u00e3 (Jos\u00e9 Ant\u00f4nio Soares Ribeiro, 1836\/1906). Logo depois, rompeu com este \u00faltimo (que o substituiu na sociedade pelo pr\u00f3prio pai, o fazendeiro Ant\u00f4nio Joaquim Soares Ribeiro) e, em outubro de 1889, mudou a resid\u00eancia para Niter\u00f3i, mais precisamente Porto da Madama (S\u00e3o Gon\u00e7alo ainda n\u00e3o fora emancipado). Em maio de 1896, adquirira a fazenda de Itaitindiba e, ao falecer em 25 de setembro de 1910, deixou-a para seus filhos com dona Am\u00e9lia C\u00e2ndida de Azevedo Alves, Am\u00e9rico (que fora vereador e viria a ser delegado de pol\u00edcia de S\u00e3o Gon\u00e7alo) e Manoel de Azevedo Farias, e sua filha com dona Alexandrina Ana de Jesus, Alice. Coube \u00e0 nora Laura Soares de Farias (casada com Am\u00e9rico, que recebera a fazenda como sua parte da heran\u00e7a), com a morte do marido, assumir o controle da fazenda em 1920, e em junho do ano seguinte ela anunciou a descoberta da fonte (embora j\u00e1 fosse conhecida desde cem anos antes, pelo menos), provocando intensa romaria de pessoas que ali iam em busca de cura para suas doen\u00e7as. Tentando dar uma dupla solu\u00e7\u00e3o ao problema (afastar os visitantes e obter recursos financeiros com a fonte), assinou contrato com o empres\u00e1rio Luiz Tinoco (Luiz Ant\u00f4nio Ferreira Tinoco) em 1923 para que as \u00e1guas fossem exploradas industrialmente. O <\/span>projeto n\u00e3o foi adiante e, em fevereiro de 1938, seu filho Luiz Am\u00e9rico conseguiu autoriza\u00e7\u00e3o do minist\u00e9rio da Agricultura para pesquisar argila, calc\u00e1rio e \u00e1gua mineral na fazenda, o que resultou, em quatro de dezembro de 1947, em concess\u00e3o do governo federal para explorar a fonte, criando-se a ind\u00fastria \u00c1guas de Itaitindiba Limitada. Dona Laura recebia em suas terras os membros da Guarda Nacional e dos Tiros de Guerra para exerc\u00edcios, como ocorreu em 30 de abril de 1920, quando ofereceu caf\u00e9 da manh\u00e3 e almo\u00e7o aos integrantes do Tiro de Guerra n\u00ba 15, de Niter\u00f3i, que at\u00e9 ali foram em \u201craid\u201d de resist\u00eancia. \u00c9 dela, tamb\u00e9m, o m\u00e9rito de haver doado, em abril de 1948, as terras para a constru\u00e7\u00e3o da Escola Estadual de Itaitindiba. \u00a0Vi\u00fava e j\u00e1 ent\u00e3o com a morte, em nove de janeiro de 1956, de seu \u00fanico filho, o dentista e coronel reformado do Ex\u00e9rcito, que integrara a For\u00e7a Expedicion\u00e1ria Brasileira (FEB) na II Guerra Mundial, Luiz Am\u00e9rico Soares de Farias, dona Laura faleceu no final da d\u00e9cada de 1950, com o que a fazenda passou a seus netos, os quais a venderam em 1969 para o advogado Alfredo Jorge Santos Magalh\u00e3es e sua mulher, dona Ilka Magalh\u00e3es. A \u00e1gua continua a jorrar, mas sem proveito industrial e sem milagres.<\/span><\/p>\n

 <\/p>\n

Fontes<\/b>: Revista M\u00e9dica Fluminense, n\u00ba 3, junho de 1839, p. 11.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Relat\u00f3rio do Minist\u00e9rio do Imp\u00e9rio, de 1838, p. 19, divulgado em 1839.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0A P\u00e1tria, 30-09-1875, p. 3, ata da sess\u00e3o da CMN de 26-07-1875.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0O Fluminense, 31-05-1896, p. 1; 30-10-1889, p. 4; 26-09, p. 2 e 3; 28-09, p. 2; 29-09, p. 3; e 19-10-1910, p. 3; 18-06-1921, p. 2; 31-12-1927, p. 1; 08-02, p. 1, 19-02, p. 1, 20-04, p.1, 23-04, p. 1, 08-05, p. 10, 10-05, p. 1, 15-05, p. 1, 17-06, p. 1, 09-07, p. 1, 03-08, p. 1, 23, 24 e 30-08, p. 1, e 16-10-1930, p. 1; 11-02, p. 1, 10-07, p. 1, 06-08, p. 1, 04 e 24-09, p. 1, 10, 14, 25 e 31-10-1931, p. 1; 22-06, 06-07 e 10-12-1932, p. 1; e 15-04-1948, p. 1.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0O Imparcial, 05-05-1920, p. 12.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0O Estado, 13-09-1923, p. 2.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0A Gazeta, 21-11-1929, p. 1.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0O S\u00e3o Gon\u00e7alo, 22-01, p. 7, 18-07, p. 3, e 31-08-1941, p. 1; 10-04-1942, p. 2; e 25-09-1949, p. 1; 12-01-1956, p. 1.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Revista da Semana, 23-04-1949, p. 15, 16, 17, 18 e 52.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Di\u00e1rio da Noite, 23-02-1949, p. 10; e sucessivas edi\u00e7\u00f5es at\u00e9 o m\u00eas de abril.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0A Noite, 17-03, p. 1 e 11; 19-03, p. 1 e 2; 21-03, p. 1 e 8; e 22-03-1949, p. 7. <\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Di\u00e1rio Oficial do Estado do Rio de Janeiro, 16-10-1933, p. 11; 24-09-1935, p. 12; e 11-02-1938, p. 1.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Decretos federais n\u00ba 15048, de 15-03-1944; n\u00ba 24167, de 04-12-1947; e n\u00ba 39462, de 27-06-1956.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), se\u00e7\u00e3o de Niter\u00f3i. <\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Site da Igreja de Nossa Senhora das Gra\u00e7as, acessado em 23 de mar\u00e7o de 2012.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Monsenhor Jos\u00e9 Geraldo Pinto da Silva Souza, p\u00e1roco de N. S. das Gra\u00e7as.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Jorge Luiz Ferreira da Silva, membro da Pastoral Lit\u00fargica da Igreja de N. S. das Gra\u00e7as.<\/span><\/p>\n

\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0Jason da Silva Pessoa, empres\u00e1rio.<\/span><\/p>\n

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