Analisando as eleições

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Se me perguntassem sobre a campanha no segundo turno, em São Gonçalo, diria, com certeza:

“UMA VERGONHA!”

Projetos insólitos como uma secretaria de assuntos religiosos ou da criação de um BRT já embolorado, alegria de um grupo que se beneficia dos transportes urbanos.

Uma campanha que se baseia em acusações é uma contra campanha.                E o pior é que, conversando com amigos europeus, no Facebook (chique, não?), dizem que lá está a mesma coisa.

O Brasil é um estado laico, conforme a constituição. Estados religiosos são a Santa Sé e alguns no Oriente Médio. Então que não me venha qualquer igreja, seja ela qual for, se fazer de partido político. Sua obrigação é a de pescar almas não moedas para Deus.

Nenhum dos então candidatos a prefeito tem grande oratória. Pelo contrário! Só que Hitler tinha. Fidel Castro tinha. Maduro tem e Lula também. E não me impressionam. Não sou contra a simplicidade, mesmo porque penso que a simplicidade de Lavoura sempre foi mais eloquente do que a fala de outros que vieram após. Mas partir para as urnas com o discurso que um é isso e que o outro é aquilo, é um pouco demais.

Mesmo com o pé quebrado, José Luiz Nanci seguiu a campanha.

Mesmo com o pé quebrado, José Luiz Nanci seguiu a campanha.

No primeiro turno, tínhamos um plantel até interessante de candidatos. Acho que Marlos e Diego se precipitaram em não fazerem uma dobradinha. Seriam imbatíveis. Aliás, ambos com precipitação dupla. Um porque resolveu correr mais do que a perna alcançava. Apostou na Rede e inflou seu séquito com muita qualidade, mas sem experiência de urna. E outro porque acabou se embolando numa estratégia confusa do mais confuso Romário, e acabou dividindo forças com Diego. Professor Josemar, grande inteligência, não conseguiu concluir que seu partido o atrasa. Junto ao PSOL, o máximo que conseguirá com seu discurso será a vereança. Só terá alguma chance como prefeito se o governo que começa em 2017 sucumbir. Mas merece respeito porque se mantém fiel à legenda. E ética é ética, mas rever posições é atitude dos sábios. Falar qualquer coisa de Dayse Oliveira eu não posso. Não a conheço em termos de propostas a não ser a de seguir firmemente as metas de seu partido. Dilson é experiente, inteligente, tem jogo de cintu

Dejorge com o vereador mais votado, desconhecido do povo.

Dejorge com o vereador mais votado, desconhecido do povo.

ra, mas estava atado a Neilton até a desincompatibilização. Difícil de alguém acreditar que estaria em desacordo. Brizola Neto assustou enquanto o binômio Aparecida/Marilena não foi esclarecido. Depois disso ficou mais complicado e a rejeição ficou clara. Já Neilton tinha uma rejeição conhecida por ele. Tinha tudo para fazer um bom governo e travou. Preocupou-se mais em eleger irmão e amigos do que fazer política de estado. Deve conseguir ser deputado na próxima eleição. Mas ficou feio na foto por opção própria.

E os que sobraram? Bem, não conheço nada sobre Dejorge. Não li nenhum projeto seu, não sei a sua profissão, diz que discordou de Neilton quando era secretário, mas já ouvi que Neilton o exonerara porque não trabalhava a contento. Tudo jogo de cena. Na verdade trabalharam juntos no governo inteiro. Já José Luiz Nanci, que tem uma assessoria tecnicamente melhor, agora também terá que incorporar seus apoios, pelo menos mais longe do cerne do PMDB que, para mim, é a grande falência da nossa política tão fragilizada.

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