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Educação – Professor Frederico Carvalho https://www.fredericocarvalho.com.br Seriedade e Respeito a São Gonçalo Sat, 16 Feb 2019 19:56:30 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2.5 https://www.fredericocarvalho.com.br/wp-content/uploads/2020/09/cropped-favicon-32x32.png Educação – Professor Frederico Carvalho https://www.fredericocarvalho.com.br 32 32 Salve-se quem puder, mas continue educando! https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/salve-se-quem-puder-mas-continue-educando/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/salve-se-quem-puder-mas-continue-educando/#respond Sat, 16 Feb 2019 13:39:43 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1785 Continue a ler »Salve-se quem puder, mas continue educando!]]> Tenho consciência de que o dinheiro é escasso para toda a classe trabalhadora. E também tenho consciência de que os políticos nunca se interessaram muito pela educação.

Educação não interessa aos políticos porque independentemente do que se estuda, sempre se sabe um pouquinho mais. E quem sabe mais, ou se revolta ou é mais um para dividir a astúcia e reduzir o ganho.

Brasil, Ordem e Progresso; Pátria Educadora; Educação para todos; Pátria amada, Brasil… Muitos slogans, pouca ação conclusiva.

Durante muito tempo importamos modelos de educação, principalmente da Europa e dos Estados Unidos. E quando criamos alguma coisa no Brasil, é apenas para as exceções. A educação inclusiva no Brasil, por exemplo, não parte nem da área de educação. Apenas foi absorvida por esta.

A Lei do “Calote”, de FHC, permite que o aluno menor de idade, mesmo inadimplente, tenha direito a todas as aulas, avaliações, documentos e regalias que o aluno que paga tem. A escola e os professores têm que trabalhar normalmente com esse aluno. Só que a inadimplência cresce, não só por parte do que não pode pagar, mas por parte do que pode e que sabe que nada vai acontecer a não ser perder o seu crédito, caso a escola inclua nos serviços de proteção financeira.

O grave problema da inclusão é que para os que criam e apoiam a lei, todos podem ser incluídos. E segundo as próprias APAEs, nem todos estão no mesmo nível. Enquanto as escolas do governo lutam para reduzir seus gastos e otimizam turmas, as particulares, que precisam dos alunos, devem contratar mediadores e arcar com os custos, não tendo como remunerar melhor o professor.

Aliás, a remuneração baixa do professor é fruto também do desamparo em que se encontra a Escola Particular.

Pensemos bem. Para sobreviver, a Escola Particular tem que pagar impostos. E São Gonçalo não é um município que facilite as coisas. Tem que pagar energia elétrica alta porque precisa ter ar condicionado nas salas. Tem que ter laboratórios e bibliotecas funcionando. Tem um baita gasto de água. Tem que cobrar o mínimo, para ter alunos. Tem que receber pessoas com deficiência e se adequar a elas com rampas, banheiros apropriados, sinalização, redução de alunos por sala, mediadores, etc., sem poder aumentar o valor da mensalidade. O que sobrará para os educadores e para o mantenedor? Isso sem contar com as escolas não regularizadas e que não pagam qualquer imposto ou taxa, reduzindo o número de alunos circulantes no mercado, de forma desonesta.

Se o professor apenas sobrevive, trabalhando em três turnos, é porque alguma coisa não está correta. Não falo de enriquecimento, falo de sobrevivência.

Pobre educação. Pobres educadores. Mas sobretudo, pobre povo que não conta com governos coerentes e decentes no tocante à Educação. Escolas falindo, professores insatisfeitos, currículo elaborado por quem nunca militou na Educação Básica, por quem nunca ensinou a ler ou a escrever ou a contar.

E vamos em frente nesse “salve-se quem puder” de uma educação de qualidade inferior à da Etiópia, cheia de slogans, cheia de incompetentes dominando e sem resultado prático que eleve a capacidade do povo.

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Ética necessária https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/etica-necessaria/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/etica-necessaria/#respond Sun, 03 Feb 2019 14:19:46 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1763 Continue a ler »Ética necessária]]> Meus heróis não morreram de overdose. Meu Herói morreu na cruz.

Estamos vivendo uma contenda política relevante. A disputa de poder é colossal, principalmente ao meio de uma mudança tão drástica de paradigmas. Drástica até para quem  escalou o poder e não imaginava tanta reação.

Acharia tudo normal se o objetivo fosse maior. Se fosse o de melhorar a vida das pessoas paulatinamente. Não para tomar riquezas, mas para distribuí-las de forma mais justa, sem falácias ou ideologias impraticáveis.

“Com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que voltes ao solo, pois da terra foste formado; porque tu és pó e ao pó da terra retornarás!” (Gênesis 3,19)

De ideologias, estamos cheios. De ação, estamos miseráveis. E vemos isso dioturnamente quando obras são anunciadas e o dinheiro some e as pessoas ficam à mingua.

O que nos falta é ética, sobretudo. Faltam preceitos de moralidade. E sem eles, não existe ideia de sociedade. Só existe o indivíduo.

Quando o conselho dos anciões (senado) perde a dignidade forjando uma votação, que exemplo se espera para toda uma nação? O que dizer aos nossos jovens? O que esperar dos oitenta e um eleitos?

Enquanto não pensarmos na justiça social, não teremos povo feliz. Manteremos nossa vida de gado. E é isso que sustenta o coronelismo, por exemplo.

A população humilde não anseia por ser rica. Ela anseia por viver com dignidade. E dar às pessoas condição de serem dignas é até simples. Via de regra custa pouco porque os recursos naturais, via de regra, não estão distantes.

A água, por exemplo, está no subsolo do nordeste. Justamente onde o sol escaldante pode gerar energia elétrica para bombas simples, que regarão o solo árido na superfície, mas fértil quando tratado.

Voltando à questão ética, precisamos considerar que é um conceito desgastado porque cada um puxa para seu viés. Quando, em verdade, deveríamos usá-la para o bem comum, resolvendo conflitos e buscando alternativas ao que existe por aí.

A mudança de paradigmas é sempre traumática, principalmente porque mexe com a alternância do poder. E isso é insuportável para alguns, principalmente por não terem sido acostumados à ética.

Sempre há mais de um caminho. Escolha o melhor.

Governos não precisam fazer mirabolâncias. Precisam traçar rumos para que o povo progrida. Já as oposições devem contestar o que acreditam ser errado e chamar a atenção do governo para o que precisa ser mudado. Não pode se ater a combate sistêmico e ideológico pura e simplesmente. As discussões devem ter substância. Não pode ser projeto de poder. Tem que ser projeto de crescimento… e crescimento do povo!

Todos nós precisamos pensar e agir com critério ético. Professores, políticos, empresários, trabalhadores, estudantes, pouco importa: sem ética não existe futuro!

Comece aos poucos poupando os copos descartáveis, jogando lixo na lixeira, não colando nas avaliações, devolvendo o troco a mais, ajudando a lavar uma louça, falando sempre a verdade, poupando água e energia elétrica que podem ser necessários a outros…

Já seria um começo.

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Escola do meu tempo https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/escola-do-meu-tempo/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/escola-do-meu-tempo/#respond Sun, 23 Apr 2017 17:08:52 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1590 Continue a ler »Escola do meu tempo]]>

 

No meu tempo de jovem, muitos colegas meus passavam a estudar à noite porque precisavam trabalhar para ajudar em casa. Isso foi antes do Estatuto da Criança e do Adolescente em que o jovem podia ser aprendiz em um pequeno negócio, estabelecer-se ali, melhorar à medida que estudava também, ou nem melhorar porque as leis trabalhistas não abrangiam seriamente a todos. O fato é que as pessoas que não se estabilizassem em um determinado emprego, buscavam chance de melhorar no estudo para galgarem novas oportunidades, normalmente em direito, contabilidade, administração de empresas… Os mais audazes ou os que possuíam um pé-de-meia, iam para medicina, engenharia e odontologia.

Não havia vagas para todos. Muitas vezes havia provas de seleção para que os melhores estudantes entrassem nas melhores colocações e não era raro, numa mesma série haver turmas dos mais dotados e turmas dos menos dotados.

Escola particular nunca foi barata. Escola Oficial era gratuita e quase sempre muito boa, apesar de escassa. Professores eram respeitados e se faziam respeitar. Alguns se faziam até temer. Fruto de uma época em que o mais velho era exemplo para o mais jovem. A disciplina era mais rígida: forma, hino nacional, hasteamento de bandeira, cobrir, firme, uniforme impecável, limpo e bem passado.  As provas eram mensais, de março a novembro. A prova final era em dezembro. Quem passasse, ótimo. Quem perdesse ia para a segunda época, que era uma prova no mês de fevereiro. Não havia estudos de recuperação. Quem não quisesse perder o ano, metia a cara – como se dizia na época – nos estudos. Interpretação de texto, equações, geografia política e física do Brasil e do mundo, estudos de ciências, história dos egípcios, dos gregos, mesopotâmios…

Não havendo internet, os livros eram fundamentais. Eram poucos, caros e passavam de um irmão para o outro, e até mesmo, de pai para filho. Abastadas eram as escolas que possuíam enciclopédias em suas bibliotecas, mas sempre havia uma biblioteca, por mais humilde que fosse. Dever de casa era muito e bem cobrado na aula seguinte.

Nem todos os professores tinham formação superior. Eram leigos de notório saber e respeitados por onde quer que fossem. Os alunos beijavam as mãos de suas antigas mestras como se fossem elas a segunda mãe. Eram visitadas pelos ex-alunos, mesmo quando envelheciam. Não era veneração pura. Era gratidão!

Via de regra, as salas de aula eram toscas. Carteiras de um ou dois lugares, mesa do professor, uma bandeira do Brasil, um quadro negro ou verde. Os alérgicos a giz sentavam atrás. Os míopes, na frente. Os bagunceiros, isolados. A ventilação era natural, se passasse vento pelas janelas. Não havia ventilador ou reclamação de calor absurdo. As luzes eram incandescentes e, quando o mundo começou a mudar, assumiram as fluorescentes.

Quem perdia o ano era chamado de repetente. Nada de dependência de duas ou três matérias. Era passar ou passar. Ninguém queria ser repetente e ninguém deixava de ir às aulas sem um motivo realmente importante. Ser repetente era considerado vergonha.

Educação Física nem sempre era esporte. Havia exercícios, corridas, saltos, calistenia… Ninguém saía da aula sem um bom banho. Era impensável!

A média para passar era 5 (cinco). Mas isso era nota de mau aluno. Bom aluno não tirava menos de 7,5 (sete e meio). Aliás, todo mundo queria ser o melhor aluno da classe. Não tinha esse negócio de CDF ou de Nerd sendo ridicularizados pelos que não estudavam. Bom aluno era exemplo. E como tal era destacado e imitado pelos demais.

Estamos em 2017.

Salas de aula mais confortáveis, computadores, internet, ar condicionado, professores graduados e pós-graduados, vagas nas escolas públicas, recuperação, dependência, três avaliações por bimestre, menores de 18 anos não trabalham, não fazem tarefas de casa ou de aula, professores são responsáveis pelo não aprendizado de quem não se esforça, faltas às aulas e às provas, além de direitos garantidos pelo ECA.

E eu me perguntando se realmente evoluímos.

 

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SENES TV DIGITAL é destaque na programação da TV Ponto de Vista https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/senes-tv-digital-e-destaque-na-programacao-da-tv-ponto-de-vista/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/senes-tv-digital-e-destaque-na-programacao-da-tv-ponto-de-vista/#respond Sun, 09 Apr 2017 04:18:02 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1566 Continue a ler »SENES TV DIGITAL é destaque na programação da TV Ponto de Vista]]>

O Colégio Senes, conhecido pelos inúmeros cursos profissionalizantes e de qualificação que oferece, tem feito bastante sucesso com a sua “Senes TV Digital” que inclui uma série de vídeos com dicas e aulas dos coordenadores, professores e alunos mais adiantados, versando sobre os mais diversos assuntos, dentro dos cursos compreendidos pelo Colégio.

O diretor geral, Álvaro Ricardo Ribeiro, depositando confiança em sua equipe, aposta que cada vídeo traz uma importante mensagem para aquele que quer aprender, se desenvolver e se tornar, como ele próprio diz, “um vencedor”.

A programação da “Senes TV Digital” pode ser vista nos intervalos entre os programas da TV Ponto de Vista, semanalmente renovadas.

A página web do Colégio Senes é www.senesunetec.com.br.

Para assistir às aulas e dicas, é só acessar www.tvpontodevista.com.br.

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Nossa Senhora das Dores e SAL vão apresentar animações para os alunos https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/nossa-senhora-das-dores-e-sal-vao-apresentar-animacoes-para-os-alunos/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/nossa-senhora-das-dores-e-sal-vao-apresentar-animacoes-para-os-alunos/#respond Sun, 12 Mar 2017 16:26:29 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1531 Continue a ler »Nossa Senhora das Dores e SAL vão apresentar animações para os alunos]]>

Dirigido pelas Irmãs da Imaculada Santa Clara, uma Congregação Católica fundada na Itália, o Colégio Nossa Senhora das Dores formulou parceria com a SAL – Sociedade de Artes e Letras de São Gonçalo e com o Estúdio Alexandre Martins – único especializado em animação, no Município – para que, mensalmente os alunos possam assistir a animações conforme a faixa etária, oriundas do Brasil e de outros lugares do mundo.

A reunião entre o Colégio e a SAL teve as presenças da Irmã Deise – responsável pelo ambiente de vídeo e pela Educação Infantil –  e de Frederico Carvalho e Sônia Bianquini, respectivamente diretor e diretora substituta do Colégio. A SAL foi representada pelo presidente Alexandre Martins, também atual presidente do Conselho Municipal de Cultura. O encontro contou com a aprovação da Madre Regina (Maurizia) Benedetti, superiora da Associação Educacional.

Alexandre Martins (SAL), irmã Deise e a Profa. Sônia Bianquini.

Já no mês de março, a equipe da Irmã Deise escolherá as animações que farão parte da exibição para os pequenos.

Os pais e responsáveis presentes à Reunião de Pais, no último dia 11, ficaram muito contentes com a iniciativa, que é apenas a primeira de muitas que ocorrerão durante o ano.

O objetivo do projeto é despertar o interesse das crianças e jovens para a “grande tela”, principalmente podendo serem iniciados para o campo da animação, visto que Alexandre Martins é responsável pelo único estúdio especializado em São Gonçalo.

Alexandre Martins, presidente da SAL, Frederico Carvalho e Irmã Deise.

Todos os temas elencados serão voltados para os objetivos educacionais e formativos do Colégio Nossa Senhora das Dores, dando ênfase, também, às artes.

Segundo a direção do colégio, outros projetos já se encontram em fase de estudo de viabilidade, mas dois já são dados como certos: uma parceria com o Projeto de Reflorestamento do Morro da Matriz de São Gonçalo, visando a consciência ecológica. O segundo é a abertura histórica do acervo documental e fotográfico do Colégio desde o seu início, abrindo mais informações para documentar a história de São Gonçalo.

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A todos os Professores https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/a-todos-os-professores/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/a-todos-os-professores/#comments Thu, 02 Mar 2017 15:43:40 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1516 Continue a ler »A todos os Professores]]>

 

Minha vocação de comunicador não é menor do que outra que me acompanha há muito mais tempo, que é a de educador. Aliás, educador seria algo mais abrangente. Afinal, se na TV Ponto de Vista temos o mote de “Comunicar educando, educar comunicando” foi pensando nas minhas duas grandes vocações.

Comecei minha vida como professor. Sempre fui professor dentro e fora da sala de aula. Já fiz de tudo numa escola, desde limpar o chão da sala até dirigi-la. E isso tem muito, muito tempo.

Estou convencido de que quem ensina é a escola. É nela que aprendemos a formalizar os códigos de linguagem, as operações fundamentais da matemática… Há sábios que dizem que uma pessoa bem alfabetizada e com domínio das quatro operações básicas da aritmética está pronta para aprender tudo o mais. Todo o resto é aperfeiçoamento. Sem radicalismos, eu apoio bastante tal teoria.

Uma pessoa bem alfabetizada não sabe apenas silabar. Ao contrário, consegue interpretar claramente o sentido do que decodifica, dando vida ao código decifrado, que deve ser trabalhado incessantemente, dia após dia, aula após aula, dando base a outros saberes como o da história, da geografia, das ciências como um todo, sempre num crescendo.

Eu diria até, sendo um pouco romântico, que a alfabetização começa no primeiro ano e se estende por toda a vida acadêmica.

E quando se entende a linguagem, também a matemática deixa de ter senso apenas na decodificação de símbolos, mas passa a ser palpável antes de abstrata. Afinal, muito do que se aprende é a observação da prática, que se transforma em experiências que formulam teorias e criam enraizamentos mentais em nossas mentes.

Se o aluno não entende um enunciado de questão de prova ou de exercício, muito provavelmente lhe faltou a verdadeira alfabetização. Não lhe foi possível, com suas inteligências “lógico-matemática” e “psicolinguística”, atingir o que propunha a indagação. Muito provavelmente, a alfabetização foi iniciada, mas não houve continuidade.

Quem não compreende não aprende. Quem não aprende corre o risco de se desinteressar. Quem se desinteressa não tem prazer em estudar. O ciclo é vicioso!

Mas o professor não faz nada para melhorar isso? Sim, mas dentro do que pode.

Aqueles que trabalham com o início do Ensino Fundamental são menos impregnados por profundidades teóricas e mais estimulados a aplica-las, na prática. A mesma professora que ensina história está ciente das dificuldades de língua portuguesa de seus alunos e estabelece pronto paralelo entre o assunto estudado e a melhor forma de captação.

Já os professores especialistas nas diversas áreas do conhecimento aprendem muito sobre as teorias de Perrenoud, Vygotsky, Piaget, Paulo Freire, Montessori, etc., mas esbarram em pouquíssima prática de ensino e quase sempre a sala de aula real é o seu primeiro laboratório. Somando-se a isso, pouco se relacionam com as professoras das primeiras letras, que nem sempre cursaram uma faculdade, mas que durante anos ajudaram a lapidar aquele ser que ora chega as suas mãos. E tal falta de relacionamento não se resume a qualquer preconceito, mas também a recreios em horários diferentes ou trabalhos em contraturnos. Não é fácil!

O desafio está na integração. Talvez não a pessoal, mas a profissional.

Via de regra possuímos um conselho de classe por bimestre, que atende à Lei. Mas não atende às necessidades mais prementes da escola. Mesmo que discutindo sobre cada aluno, o Conselho se baseia no concreto das notas, que se baseia no concreto das provas, que se baseia no subjetivo do aprendizado.

Uma professora sozinha consegue ser mais eficaz do que vários ao mesmo tempo?

Se nós, professores, não conseguimos deixar claro sobre a importância do trabalho de equipe para nossos alunos é porque esta ideia ainda está longe de ser nossa prática habitual. O que nos falta é “aquela cumplicidade” da troca de saberes, que temos de sobra para oferecer, mas que nem sempre aceitamos receber. Mas não é uma questão apenas de dar e receber… A questão é compartilhar.

Num mundo turbulento, de educação balouçante, nenhum educador conseguirá nada sem cooperação. Se tem solução eu não sei. Afinal, estruturas cerebrais e conhecimentos se adaptam a cada momento. Mas podemos dar o primeiro passo, todos nos ajudando a partir de temas transversais vibrantes e atuais. Nem uma “escola sem partido”, nem uma “escola com partido”. Apenas uma escola educativa e unida em prol da nossa própria geração. Afinal, se fizermos nosso trabalho sentindo o melhor de nossa vocação, somos nós os beneficiados. Seremos ainda mais felizes. E estimularemos nossos jovens com o nosso exemplo, mesmo que a mídia jamais colabore.

 

Nota do autor:

                Este texto vem de um sincero sentimento de estímulo a todos os meus colegas professores de ontem, de hoje e do futuro. Eu creio no magistério!

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Voz, grafite, tinta e toque https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/voz-grafite-tinta-e-toque/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/voz-grafite-tinta-e-toque/#respond Thu, 02 Mar 2017 00:38:35 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1509 Continue a ler »Voz, grafite, tinta e toque]]>

 

Ah, o celular…

Quantos mistérios insondáveis se encontram nessa caixinha que passa pelo tempo, ora crescendo, ora reduzindo dimensões. Ora engordando, ora ficando fininho… Um aparelho completo! Ou não é?

Em verdade, sozinho, um celular nada mais é do que uma caixinha que faz um número limitado de coisas. Pode fotografar, filmar, apresentar um joguinho ou coisa do tipo. Mas para por aí.

Na prática, o celular é um pequeno portal por onde vemos o mundo, que nada seria sem antenas próximas, estações, satélites e outras invenções bem mais sofisticadas. São as grandes redes que fazem todo o trabalho de “facilitar” a nossa vida. E muitas vezes facilitam mesmo. Mas nem tudo é tão maravilhoso assim.

Tenho amigos que, em fotos de grupos, que aparecem de cabeça baixa, sem largar o celular. Eu mesmo vivo muito conectado. Porém, muito mais recebendo do que enviando informações. Parece estranho, mas pertenço a grupos de WhatsApp, alguns que eu criei e administro, que leio e não comento. Até porque eu acredito que não tenha necessidade e nem obrigação de comentar tudo. Pessoalmente não gosto muito da minha exposição individual. Mas, pela natureza de minhas profissões, sou impelido a mostrar as atividades em que me envolvo. Além disso gosto de jogar: toda noite, antes das minhas orações, jogo uma partida de “paciência”, de “sudoku” ou de “free cell”. Nada impactante para quem virou muitas noites jogando buraco na casa de amigos e de parentes.

No seu livro “A Estrada do Futuro”, Bill Gates nos alertava para coisas que já vislumbramos hoje como a interação e a participação conjunta em documentos, livros e outros. Mencionava contratos e operações bancárias. Focalizava o e-commerce como podia enxerga-lo.  Mas projetou um grande progresso para a educação que pouco podemos palpar hoje em dia. Mas por quê?

O mercado eletrônico para crianças e jovens está voltado para o entretenimento. Quase cem por cento dele. Divertimento, música, fotos, vídeos, amigos… tudo ao alcance das mãos – ou dos polegares, como queiram. Nada disso é difícil para uma criança aprender e “ir evoluindo” aos poucos.

Só que a maioria dos professores nasceu antes disso tudo. Alguns veem computador e celular com distância, a ponto de não mexer num aparato desses, com medo de estragar. E se são pacientes com os alunos a ponto de ensinar-lhes as disciplinas com vagar e atenção, se precisam aprender algo sobre informática, pegam “pela proa” um indivíduo que já sabe tudo, arranca-lhe o celular das mãos, faz o que o professor queria e não o deixa aprender a fazer. Pior: diz que já tinha explicado antes. Aí complica!

Por outro lado a informática entrou nas escolas pela porta certa: a de ensinar o uso de certos programas úteis. Só que ficou nisso. Os programas já evoluíram e os ambientes de informática não. Mesmo porque as mantenedoras já não veem muito sentido em terem “laboratórios” para os alunos verem seus e-mails, seu facebook e ficarem jogando. Um absurdo também.

Mas venhamos e convenhamos: quem cria jogos é porque tem ideia de jogar, de ter seu jogo muito difundido, de ganhar fama e dinheiro com o que faz. E quem faz programas educativos? Normalmente são universidades ou editoras, cujos professores possuem uma ideia concebida para o papel. Cabe aos técnicos transformarem o que foi feito em papel em algo intangível. Algo que vai ficar parecido com… papel, é claro! A lousa digital é mais realística.

Conheço professores-artistas que fazem aulas maravilhosas com tangram e com palavras cruzadas. Conheço professores entusiastas que conseguem levar seus alunos a viagens por meio das indicações literárias. Conheço professores incríveis que estimulam “mens sana in corpore sano”, por meio da iniciação esportiva e oxigenadora ou da arte criativa, que projeta a mente em diversas mídias.

Infelizmente, indústria e comércio são mais rápidos do que educação. Quem possui celular quer usar, mas o produto não tem classificação de faixa etária nem vem com o aviso “Use com moderação”. Tanto que no Brasil se multa pesadamente quem usa celular no trânsito. Não é muito diferente com nossos jovens e crianças. Há um longo caminho educativo pela frente. Talvez quando nossos wi-fi forem mais seletivos ou as redes melhor controladas…

O professor brasileiro é antes de tudo um forte! Mesmo sem ter sido preparado para tanta evolução ladeira a baixo, vai se adaptando e criando meios de superar sua própria dificuldade. E assim como é evolutivo deixar de só escrever a lápis para escrever a tinta, também é da evolução o uso do celular com o passar do tempo.

Se Bill Gates teve que esperar até ver algumas de suas previsões concretizadas, por que nós não teríamos?

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Por trás dos portais https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/por-tras-dos-portais/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/por-tras-dos-portais/#comments Sun, 05 Feb 2017 02:55:09 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1456 Continue a ler »Por trás dos portais]]>

                                                    

Não é uma colina intransponível por seus portões. Nem tais portões guardam qualquer segredo. Na verdade são portais para o mesmo mundo, visto com outro olhar: o olhar da sensibilidade, da emoção, da contemplação, do respeito, da comunicação viva, da suavidade, do bem querer e da misericórdia.

O Colégio Nossa Senhora das Dores fica num altiplano perfeitamente centrado entre o mundo habitual, ao nível da via pública e o mundo da espiritualidade e da devoção, no Convento.

Essa localização explica bem o principal objetivo que é o de preparar as nossas crianças e jovens para interagirem na vida, com base numa espiritualidade profunda e contagiante.

Caso não saiba, no causticante calor gonçalense, o Nossa Senhora das Dores é um refrigério com seus jardins cuidados e com o colorido das produções dos nossos alunos e professores. É lugar de alegria infantojuvenil e de trocas de experiências de vida, representadas por todos os matizes do conhecimento humano.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á.” (Mateus, 7:7)

Ao passar pela frente do Colégio Nossa Senhora das Dores, não permita que a imponência dos partais afaste você de nós. Eles apenas simbolizam que por ali entram os de boas intenções e saem os que se destinam às melhores atitudes em prol da fraternidade e do amor, por meio da educação e da fé consolidada.

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Cárcere da morte https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/carcere-da-morte/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/carcere-da-morte/#comments Tue, 03 Jan 2017 02:46:11 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1368 Continue a ler »Cárcere da morte]]>

Mais uma rebelião em presídio, desta vez em Manaus.

Muitos podem virar a cara para o assunto, mas não podemos falar em humanidade se não pensamos nos encarcerados. Não é apologia ao crime ou às barbáries. Na pior das hipóteses é uma questão de justiça e de política pública.

É muito fácil delinquir num mundo violento como o nosso. Violência sempre gera mais violência e esse espalhamento vicioso não faz sociedade alguma prosperar.

Não há criminoso bonzinho. Mas há aqueles que se tornam criminosos por absoluta falta de opção. As razões são inúmeras, mesmo porque, criminalidade dá lucro para muita gente. Mas não é o viés que pretendo demonstrar.

Alguém já se perguntou o porquê da Holanda estar fechando presídios e aqui no Brasil eles viverem superlotados? A grosso modo é porque a justiça social na Holanda é totalmente diferente do que chamamos de justiça social aqui.

Não há dúvida de que o negro e o pobre fazem parte do maior contingente apenado no país, mas também é verdade que o mesmo negro e o mesmo pobre são a maioria da população do Brasil. E se a preocupação com o povo em si é mínima, porque haveria qualquer respeitabilidade com quem desafiou as regras?

Em nenhum momento justifica-se a criminalidade. Mas não há argumento mais covarde e sem sentido do que dizer que quem delinque deve “apodrecer” na cadeia. Mesmo porque cadeia no Brasil apodrece qualquer um mesmo. E de que adianta falar em regimes de progressão de pena se, na verdade, os presídios são infectos, amontoados de excluídos, tratados como dejetos sociais. Sobrevivem oitenta num espaço para oito. Não há como deitarem todos, não escolhem comida, nem sempre têm água. Não fazem diferença entre sol e chuva. Mal sabem a diferença entre matar e morrer. Tudo o que lhes resta é degradante. Até a possibilidade de virem a ser livres. Quase nunca são. Voltam para a cadeia porque são rejeitados pela sociedade e pela família ou porque se tornam soldados do poder paralelo – que nem sempre é tão paralelo assim – para queimarem arquivos e fazerem novos ganhos, evitando serem exterminados ou verem exterminadas as suas famílias.

Poucas são as iniciativas sérias pelo encarcerado. Não há qualquer ideia de educação ou de ressocialização a não ser por alguns grupos religiosos e pouquíssimos juízes. Quantos processos são perdidos e propositalmente engavetados? Quantos perdem as contas do tempo em que estão na cadeia?!!!

Não tenho pena de quem comete um crime e que acaba perdendo a liberdade. O que eu tenho é repulsa do jeito que o Estado trata essas pessoas que deveriam ser privadas da liberdade para serem humanizadas, mas que acabam se aperfeiçoando na desesperança e no ódio.

Do jeito que o estado faz, não é ressocialização o que pretendem. É jogar no inferno mesmo. Não é processo, é vingança. Ócio, dor, sofrimento, indignidade, ruína… e descaso: muito descaso.

Melhor os políticos enxergarem isso agora e humanizarem mais as cadeias. Pelo jeito, dentro em breve, muitos deles estarão por lá.

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Bom dia, São Gonçalo – 17/12/2016 https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/bom-dia-sao-goncalo-17122016/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/frederico-carvalho/bom-dia-sao-goncalo-17122016/#respond Sun, 18 Dec 2016 12:53:59 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1340 Continue a ler »Bom dia, São Gonçalo – 17/12/2016]]>

O futuro Secretário de Educação do Município de São Gonçalo, Diego São Paio, foi sabatinado pelos debatedores do “Bom dia, São Gonçalo!!!”, mediado por Frederico Carvalho.

Rujany Martins, Osmar Leitão Rosa, Pereirinha, Osvaldo Luiz Ferreira, J. Sobrinho, Jó Siqueira e Darc Freitas perguntaram sobre salário dos educadores, currículo, horário integral, merenda, terceirizações, etc.

Veja na íntegra!

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