É boa porque é preciso, imperioso até, esclarecer a razão da existência dos senhores vereadores dentro do campo político do poder.
Ninguém ignora que os vereadores – na Câmara de São Gonçalo são 27 – foram eleitos, junto com o prefeito da cidade, por segmentos da população, trabalhadores e donas de casa, que passaram a representar no parlamento, em seu conjunto, toda a população residente da cidade.
E o que deveria fazer esses vereadores, em nome do povo?
Todos nós sabemos o que deveriam fazer, só que poucos ou quase nenhum deles trabalham para garantir os direitos dos trabalhadores, das donas de casa, dos jovens, das crianças e dos idosos.
Creio firmemente que isso é verdade.
As ruas estão esburacadas e viraram lixeiras, em alguns bairros. As praças – a maior parte delas – foram abandonadas. A maioria das ruas está na escuridão, com lâmpadas queimadas, facilitando com isso o aumento crescente da violência, dos assaltos e roubos.
E então, o que me dizem!?
Esperem! Vou continuar, meus amigos, porque voltou o lenga-lenga da Ampla, agora Enel, com essa história de Audiência Pública e de CPI.
Quem entende muito disso é o Ricardo Pericar, vice-prefeito da cidade que elegeu o Zé Luiz para salvar a pátria, coitado!
Sim, vou continuar. Aguardem.
]]>Médico, odontólogo, vereador e prefeito, Manoel de Lima foi, sobretudo grandioso e humano como pai, esposo e amigo. Foi um humanista que dedicou a vida a cultivar, conciliar e harmonizar amizades. Estudou, trabalhou, enfrentando percalços e vencendo obstáculos que para muitos do seu tempo, e mesmo neste nosso tempo, seriam intransponíveis, mas que para ele, homem de fibra, foram desafios a serem superados e vencidos.
A par das dificuldades, que sempre foram muitas para os lutadores como ele, Manoel de Lima era prestativo, bondoso, compreensivo, amável e piedoso. Nunca lhe passara pela cabeça ser um duplo. Sempre fora uno, iningualável em quaisquer situações, pois a humildade foi a marca da sua humanidade.
Amigo, leal e fiel aos princípios de respeito aos amigos, políticos ou não, Manoel de Lima jamais duvidou da sinceridade e da lealdade dos que o cercavam. Alto, robusto, difícil imaginar que naquele corpanzil habitavam e reinavam duas almas, a do gigante humano e a da criança, que se deliciava em contar e ouvir histórias fantásticas. Às crianças, sejam as que com ele conviviam mais assiduamente, sejam as que dele se acercavam, aproximando-se timidamente ou em alvoroço de inocência, Manoel de Lima se abandonava em carinho e afeto.
Com a esposa Solange, que faleceu antes dele, Manoel de Lima era a criança que sabia ouvir as palavras que calavam em seu coração. Aos amigos e aos filhos, Manoel de Lima transmitia confiança e esperança, acreditando e confiando sempre na vida que um dia seria melhor, venturosa e radiosa.
Foi um homem bom, o nosso Manoel de Lima, que faleceu dia 24 de março de 2017 às vésperas de competar 86 anos de idade, que faria dia 20 de maio. Foi velado no Palácio 22 de Setembro, sede da Câmara Municipal de São Gonçalo, que presidiu em várias ocasiões e como chefe do Poder Legislativo chegou a assumir a chefia do Poder Executivo da cidade que amou e dedicou parte considerável de sua existência.
Do velório ao Cemitério de São Gonçalo, onde foi sepultado dia 25, fez-lhe companhia os filhos Manoelzinho, Zezinho e Fábinho, além de numeroso grupo de amigos, entre estes Osmar Leitão Rosa, que foi vereador, prefeito e deputado federal. A TV Ponto de Vista, no Programa Bom Dia São Gonçalo, sob o comando de Frederico Carvalho, com a participação dos jornalistas Rujany Martins, Jota Sobrinho e Pereirinha, Darc Freitas de Andrade e Analuz Antunes, prestou significativa homenagem ao Manoel de Lima, tendo recebido telefones de várias admiradores do médico, dentista e ex-vereador, entre os quais os médicos Adir Martins e Abel Martinez.
]]>Ecos do Passado XIV
O dia amanheceu ensolarado e foi se aproximando do meio dia com ares ameaçadores. Quase por volta de uma hora da tarde, algumas nuvens começaram a aparecer tisnando o azul celeste de um cinza escuro, mas muito espaçadas. Não havia concentração. Quando os ponteiros do relógio corriam lentamente para alcançar quatro horas da tarde, o céu já estava completamente escuro. Não havia dúvida que esse dia não terminaria como os outros dias, claros, ensolarados e ainda quentes.
Luiz, recostado no espaldar da cadeira antiga refletia na varanda de casa. Um cão, animal de rua, aproximou-se da casa, farejando, olhando alternadamente para os lados, para o alto e para baixo, cabisbaixo, talvez assuntando o que viria de vir, o que poderia acontecer daquele momento em diante ao invadir terreno alheio. Fixou, com firmeza, seu olhar desalentado na direção de Luiz, como a solicitar ajuda, socorro imediato. Estava faminto. Ele queria dizer, com seu olhar implorativo, que estava com fome. Evidente. Estava com fome e procurava amparo. O animal era mais um enjeitado da vida, sem lugar certo para pernoitar, embora tivesse um vasto mundo ao seu dispor para percorrer, buscar, farejar e até mesmo fazer amizades.
Luiz olhou de soslaio o animal que chegara e não se conteve. Dele se aproximou, procurou ganhar a sua confiança, mas não chegou a lhe acariciar a cabeça, pois temia ser agredido, muito embora o cão lhe parecesse cansado e sem forças para tal. O cão também mostrou ser amigo, querer amizade, mas que antes lhe desse prova de confiança, de reciprocidade, pois estava com fome. O piso do alpendre da casa era alto e não dava para lhe alcançar, mas se aproximou. Luiz se lembrou dos bons tempos, quando nos fins de semana saía com alguns colegas de trabalho, calçando sandálias, bermuda e gorro na cabeça, predendo os cabelos que se misturavam ao sopro do vento que vinha das montanhas e do mar.
Nesses dias ensolarados, na companhia dos amigos, Luiz era sempre o dono de si e do mundo, desse vasto mundo sem imaginação, sem cólera e sem paixões. Seus olhos passeavam pelo vasto areal ao longo da praia de Copacabana, de Ipanema, observando as mulheres, jovens, bonitas, cheias de vida, sorridentes e felizes. Algumas acompanhadas de cachorrinhos pequinês, que conduziam ou eram conduzidas pelos animaizinhos igualmente felizes por estarem passeando em outro mundo, um mundo que era também todo seu e não apenas de sua dona.
Voltando a si, Luiz olhou para o cão e acenou com a mão direita, como quisesse dizer: – Espera aí. Vou buscar alguma coisa para você comer, meu amigo, e entrou em casa. O cão deve ter entendido o acenou e esperou. Enquanto esperava, tristonho, mas esperançoso, deu novos olhares em volta do amplo terreno, de cuja terra verdejavam plantas nativas e outras plantadas em canteiros especialmente preparados para elas.
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(Ecos do Passado XIII)
Ecos do Passado XII