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Pereira da Silva, Pereirinha – Professor Frederico Carvalho https://www.fredericocarvalho.com.br Seriedade e Respeito a São Gonçalo Sun, 24 Feb 2019 15:41:47 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.2.5 https://www.fredericocarvalho.com.br/wp-content/uploads/2020/09/cropped-favicon-32x32.png Pereira da Silva, Pereirinha – Professor Frederico Carvalho https://www.fredericocarvalho.com.br 32 32 Qual o papel da Câmara Municipal no processo de recuperação da nossa São Gonçalo? https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/qual-o-papel-da-camara-municipal-no-processo-de-recuperacao-da-nossa-sao-goncalo/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/qual-o-papel-da-camara-municipal-no-processo-de-recuperacao-da-nossa-sao-goncalo/#respond Sun, 24 Feb 2019 15:41:46 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1799 Continue a ler »Qual o papel da Câmara Municipal no processo de recuperação da nossa São Gonçalo?]]> Boa pergunta, não acham meus amigos!?

         É boa porque é preciso, imperioso até, esclarecer a razão da existência dos senhores vereadores dentro do campo político do poder.

         Ninguém ignora que os vereadores – na Câmara de São Gonçalo são 27 – foram eleitos, junto com o prefeito da cidade, por segmentos da população, trabalhadores e donas de casa, que passaram a representar no parlamento, em seu conjunto, toda a população residente da cidade.

         E o que deveria fazer esses vereadores, em nome do povo?

         Todos nós sabemos o que deveriam fazer, só que poucos ou quase nenhum deles trabalham para garantir os direitos dos trabalhadores, das donas de casa, dos jovens, das crianças e dos idosos.

Creio firmemente que isso é verdade.

As ruas estão esburacadas e viraram lixeiras, em alguns bairros. As praças – a maior parte delas – foram abandonadas. A maioria das ruas está na escuridão, com lâmpadas queimadas, facilitando com isso o aumento crescente da violência, dos assaltos e roubos.

E então, o que me dizem!?

Esperem! Vou continuar, meus amigos, porque voltou o lenga-lenga da Ampla, agora Enel, com essa história de Audiência Pública e de CPI.

Quem entende muito disso é o Ricardo Pericar, vice-prefeito da cidade que elegeu o Zé Luiz para salvar a pátria, coitado!

Sim, vou continuar. Aguardem.

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Qual a São Gonçalo que queremos? https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/qual-a-sao-goncalo-que-queremos/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/qual-a-sao-goncalo-que-queremos/#respond Sun, 17 Feb 2019 13:56:03 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1792 Continue a ler »Qual a São Gonçalo que queremos?]]> Não tenho o hábito de copiar ou imitar, mas, convenhamos, a campanha da TV Globo, que antecedeu as eleições gerais de 2018, foi exemplar.

Mas, não precisamos de campanhas pontuais, ocasionais ou esporádicas. Precisamos, isto sim, de consciências ativas e permanentes para remediar, prevenir e até resolver, senão todas as questões que nos afligem, mas pelo menos os mais graves problemas que nos atingem, nos diminuem e nos indignam.

Digo nossos porque eles são nossos mesmos. Pois bem, quem elegeu o prefeito Zé Luiz foi uma suposta maioria dos moradores e eleitores gonçalenses, como eu, que votamos nele. Daí somos nós que devemos tirá-lo da cadeira em que está sentado, afastando com ele todos ou quase todos os demais que estão ao seu lado.

Essa é a nossa resposta a pergunta “qual a São Gonçalo que queremos?” para nós, nossos filhos e nossos netos. A resposta é a insatisfação, a indignação e o asco ao que estamos vendo aí, porque queremos administradores dignos, corretos, honrados e honestos.

E os senhores vereadores?

Ficam pra depois, meus amigos.

Jornalista PEREIRINHA

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Missiva ao Sapucaia https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/missiva-ao-sapucaia/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/missiva-ao-sapucaia/#respond Fri, 15 Feb 2019 15:04:54 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1781 Continue a ler »Missiva ao Sapucaia]]> William Sapucaia, 

Na época em que fui candidato a vereador pela Trindade, tive algumas divergências políticas com o nosso querido Edson Ezequiel, apenas porque algumas pessoas que estavam ao seu lado, quando do exercício do mandato de prefeito da cidade, tentavam a todo custo evitar a nossa aproximação.
Porém, essa aproximação aconteceu depois de dois encontro que tivemos, conversamos e Ezequiel chegou a conclusão de que a Trindade precisava muito da sua ajuda. O primeiro encontro que tivemos foi no Palácio do Ingá, com a presença da Graça, o segundo durante uma inauguração no bairro do Rocha.

Dessa nossa aproximação surgiram o Anel Viário da Trindade, ligando as Ruas Uberlândia, Rio de Janeiro, Damasceno Duarte e Av. São Paulo; em seguida veio o Posto de Saúde Irmã Dulce na Rua Damasceno Duarte, a Pracinha no Final do Ponto do Ônibus 403, hoje abandonada, e a Escola Municipal Marluce Salles de Almeida.

Além disso, houve melhorias e ampliação das escolas municipais existentes na Trindade.

Então, meu amigo William Sapucaia, Ezequiel foi um dos grandes prefeitos de São Gonçalo, cujo exemplo maior é Lavoura, seguido de Osmar Leitão Rosa e Hairson Monteiro.

PEREIRINHA

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Solitário https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/solitario/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/solitario/#respond Mon, 12 Jun 2017 00:04:21 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1625 Continue a ler »Solitário]]>

Ecos do Passado XVII
 
Os dias se passavam e não saía da cabeça de Luiz a imagem daquele cachorro faminto e triste, que buscava sobreviver com um pouco de comida, de carinho e afeto. Luiz não entendia porque ele se fora. Talvez – pensou – tenha sido o impulso da natureza animal. Sim. Talvez tenha sido isso ou não. Cachorro, sem dono, enfrenta com denodo humano as coisas desumanas, refletia Luiz, perambulando pelas ruas sem destino, sendo discriminado, até mesmo espancado, inclusive por crianças levadas que faziam dele saco de pancadas e objeto de brincadeiras crueis.  
 
Luiz ficava dias sem sair de casa, sem vontade para nada, vivendo de suas economias dos tempos de corretagem na Bolsa de Valores. Negócio que migrara do Rio para São Paulo. Essa mudança provocou nele profunda tristeza e insegurança. Situação difícil que ia se agravando, porque se afastara completamente do antigo ambiente do trabalho. O problema não era dinheiro, mas a falta de companhia. Não da Bolsa, pois pouco ia lá. Ele resolvia as coisas pelo telefone, sentado na mesa de um bar próximo da Praça XV. Nesse estranho ambiente de trabalho, Luiz bebericava, conversava com pessoas que não eram suas amigas, mas que com elas fizera amizade, sem vínculo de proximidade. O bar era apenas um lugar que lhe servia ao mesmo tempo de escritório e de passa-tempo. Um ambiente favorável aos seus negócios.
 
Diariamente, entre dez horas e duas horas depois do meio-dia, quando os negócios de compra e venda de ações se intensificavam no pregão, Luiz ficava ao telefone, ligando para um e para outro corretor, informando-se da tendência para o fechamento dos negócios, determinando compra e venda de ações, de acordo com as necessidades dos investidores. Com esse trabalho, todos ganhavam ou perdiam. Os donos das ações em jogo perdiam ou ganhavam mais. Seus ganhos, como corretor dependiam da valorização das ações, mas não perdia nunca, porque ele tanto ganhava na compra como na venda, embora o mais importante era ganhar, porque assim mantinha sua carteira de clientes intacta.
 
No bar, fizera amizade com o proprietário, um português boa praça, cheio de graça, que gostava de pilheriar. Tinha até um garçom que fizera dele seu preferido. O garçom, vindo do interior fluminense, mas com raízes nordestinas, com cara de mestiço, de tez com de barro, era alegre e igualmente ao português, conversador e brincalhão. Luiz também, o garçom, passou a chamar o nosso Luiz de xará. Isto tempos depois da convivência deste no bar durante anos.
   
Voltemos ao nosso boa vida, leitores, pois desempregado e alimentando a esperança de voltar a trabalhar na mesma atividade que conhecia tão bem, Luiz refletiu muito sobre a possibilidade de fixar-se numa corretora do Rio. Tinha um problema. Era autônomo, segurava seus clientes num esquema que montou diretamente na Bolsa. E as Corretoras de Valores não gostavam nem um pouco dessa gente independente.
 
O cachorro depois de receber o almoço daquele dia, saiu a passear e desapareceu. Certo dia ele voltou, como naquele outro dia, faminto e sujo. Luiz o acolheu com largo gesto de respeitosa amizade. Dessa vez, Luiz fez-lhe subir à varanda. Deu-lhe um banho com sabonete e depois comida.
 
– É, amigo, somos só nós dois no mundo – pensou Luiz, olhando silenciosamente para o animal.
Desse dia em diante, o cachorro não deixou mais Luiz sozinho. E, em agradecimento pela companhia, recebeu até um nome: Solitário.
 
E os dois solitariamente viveram, mas…um dia tentaram recomeçar a vida.

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Sussurros e… https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/sussurros-e/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/sussurros-e/#comments Sun, 21 May 2017 15:41:06 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1615 Continue a ler »Sussurros e…]]>

Ecos do Passado XVI
 
 
Sonho ou pesadelo? O que aconteceu, enquanto dormia profundamente e com momentos  agitados, foi marcado por angústia. Coisa difícil de explicar. Mais fácil será tentar descrever os fatos, as ações e movimentos, alguns muitos tensos.
 
Nevoeiro ao cair da noite. Imagens desfiguradas, horripilantes, impossíveis de serem identificadas, clareadas de maneira a se tornarem suportáveis. Ouve-se gritos vindo de muito distante. Alguém estaria pedindo socorro, com voz quase inaudível. Apurando os ouvidos podia-se distinguir que eram pedidos de socorro.
 
Figuras à semelhança de espectros vaporosos, que se desfaziam nas sombras, se moviam bamboleantes para cima e para baixo, avançando sempre, desapareciam  em alguns momentos para voltarem em seguida, ainda sem possibilidade de identificação. Se afiguravam como fantasmas esvoaçantes, espalhando vapores no ar rarefeito e nebuloso.
 
E as vozes agora se multiplicavam em sussurros vagarosos, parecendo lamentos de pessoas em perigo iminente ou de quem algum parente ou amigo tenha falecido minutos antes. As vozes vão sumindo lentamente até não serem mais audíveis.
 
Fecha-se os olhos por alguns instantes e ao reabri-los descobre-se à frente, não muito longe, uma fileira de casas e de uma delas sai um homem alquebrado, meio curvado para a frente, cabelos em desalinho e molhados, com mechas embranquecidas entre os pretos naturais, vestido com trapos, calça e camisa rotas e sujas, fez um aceno com a mão direita, mas à sua frente não se via ninguém. Não se sabe para quem acena. Sabe-se que à sua frente tem um vasto horizonte vazio.
 
Luíza acorda em sobressalto, suando muito e assustada. Tateia com a mão trêmula o colchão da cama cuja coberta se apresenta inteiramente em desalinho. Acredita que, naquele momento, tinha voltado à vida. Veio-lhe à lembrança daqueles momentos terríveis, assustadores. Pensou que tudo não passara de um sonho, de um pesadelo assustador, com aquelas vozes ainda zumbindo nos seus ouvidos.
 
Olhando ao redor do quarto viu as cortinas impedindo a passagem da luz que vinha de fora. Não! Olhou para o relógio da mesinha de cabeceira e descobriu que ainda era noite, entrando pela madrugada. Exausta, tinha adormecido por mais de três horas desde que chegara em casa do passeio pelas ruas centrais de Niterói. Lembrou-se da espera angustiante de um táxi na Praça XV, Centro do Rio.
 
As crianças já estavam na cama. A empregada, uma senhora que morava ali perto, deixou Luíza dormir e esperou que ela acordasse no meio da noite para depois ir embora.  O marido de Luíza ainda não tinha chegado, embora já fosse tarde. Ela não se importava com isso porque não lhe era significativo. De uns tempos para cá, quando tudo começou a mudar em sua vida, a presença ou não do marido em casa não tinha nenhum significado.
 
 

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Páginas da Vida https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/paginas-da-vida/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/paginas-da-vida/#respond Sun, 07 May 2017 21:13:46 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1605 Continue a ler »Páginas da Vida]]>
 
Ecos do Passado XV
 
A volta de Niterói para casa não foi, como poderia ter sido, tranquila. Foi cheia de contratempos, inconveniências e chatices. Nas barcas – sim! porque é assim que se diz  no linguajar popular – a demora foi exasperante. Vendo que a estação estava vazia, Luíza comprou um livro de bolso numa banca de jornais e revistas ali próxima – desses escritos em papel grosseiro – para passar o tempo. Buscou um de escritor conhecido e o que encontrou, pelas condições em que estava, já tinha sido folheado por diversas vezes. O nome do autor, de quem pouco se ouve falar nos dias de hoje, Martins Pena, vinha estampado na capa em letras grandes. O livro reúne peças, entre elas, a engraçadíssima “Juiz de paz na roça”, representando comédias da vida privada, novelas de costumes em forma teatral, com dramaticidade hilária. Mais veio a saber que Martins Pena (1815/1848) era muito considerado, inclusive como pai do teatro brasileiro.
 
Começou a ler pacientemente e até se divertiu com ele, com as situações criadas pelo autor. As peças ridicularizam as relações de família, da sociedade em si e em particular da aplicação da justiça, numa cidade do interior, com espírito moral de forma jocosa. Estava absorvida na leitura  quando a barca  atracou e por pouco não a perdeu.  Um ligeiro esbarrão, um rapaz que saiu apressado da roleta, despertou-lhe a atenção, despregando os olhos do livro, passeou os olhos ao redor e começou a andar, ela também, na direção da plataforma das embarcações. Num relance pensou que o rapaz a esbarrou intencionalmente, pois virando-se em sua direção o rapaz sorriu e piscou maliciosamente. Sorriso maroto.
 
Caminhou. A distância entre eles era de alguns metros, o suficiente para ver direitinho seu jeito de andar. Caminhava leve e solto, como um colegial despreocupado, livre dos problemas da sala de aulas. Na saída da barca, na Praça XV, no Rio, Luíza procurou se distanciar do jovem o mais que pode. Caminhou para o ponto de táxis, sem pressa, apesar dos perigos com o cair da noite. Foi uma espera longa, exasperante. Ficou nervosa e começava a se irritar. O primeiro táxis chegou, mas estava indisponível. Chegara para apanhar um passageiro de Niterói.
 
A noite se aproximava e a espera se prolongava. Corria risco de ser assaltada. Sabia que no Centro do Rio, mesmo na Praça XV, com a movimentação nas barracas de comida, de venda de cachaça e peixes, fritos e crus, ninguém estava livre de ser assaltado, roubado, de sofrer uma agressão física. O odor forte no ar irritava. Felizmente chegou um segundo táxi. Luíza se aproximou. O motorista abriu a porta, indagou para onde ia.
 
Copacabana, por favor.

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Manoel de Lima, um homem bom https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/manoel-de-lima-um-homem-bom/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/manoel-de-lima-um-homem-bom/#respond Sat, 01 Apr 2017 22:36:49 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1553 Continue a ler »Manoel de Lima, um homem bom]]>

Médico, odontólogo, vereador e prefeito, Manoel de Lima foi, sobretudo grandioso e humano como pai, esposo e amigo. Foi um humanista que dedicou a vida a cultivar, conciliar e harmonizar amizades. Estudou, trabalhou, enfrentando percalços e vencendo obstáculos que para muitos do seu tempo, e mesmo neste nosso tempo, seriam intransponíveis, mas que para ele, homem de fibra, foram desafios a serem superados e vencidos.

A par das dificuldades, que sempre foram muitas para os lutadores como ele, Manoel de Lima era prestativo, bondoso, compreensivo, amável e piedoso.  Nunca lhe passara pela cabeça ser um duplo. Sempre fora uno, iningualável em quaisquer situações, pois a humildade foi a marca da sua humanidade.

Amigo, leal e fiel aos princípios de respeito aos amigos, políticos ou não, Manoel de Lima jamais duvidou da sinceridade e da lealdade dos que o cercavam. Alto, robusto, difícil imaginar que naquele corpanzil habitavam e reinavam duas almas, a do gigante humano e a da criança, que se deliciava em contar e ouvir histórias fantásticas. Às crianças, sejam as que com ele conviviam mais assiduamente, sejam as que dele se acercavam, aproximando-se timidamente ou em alvoroço de inocência, Manoel de Lima se abandonava em carinho e afeto.

Com a esposa Solange, que faleceu antes dele, Manoel de Lima era a criança que sabia ouvir as palavras que calavam em seu coração. Aos amigos e aos filhos, Manoel de Lima transmitia confiança e esperança, acreditando e confiando sempre na vida que um dia seria melhor, venturosa e radiosa.

Foi um homem bom, o nosso Manoel de Lima, que faleceu dia 24 de março de 2017 às vésperas de competar 86 anos de idade, que faria dia 20 de maio. Foi velado no Palácio 22 de Setembro, sede da Câmara Municipal de São Gonçalo, que presidiu em várias ocasiões e como chefe do Poder Legislativo chegou a assumir a chefia do Poder Executivo da cidade que amou e dedicou parte considerável de sua existência.

Do velório ao Cemitério de São Gonçalo, onde foi sepultado dia 25, fez-lhe companhia os filhos Manoelzinho, Zezinho e Fábinho, além de numeroso grupo de amigos, entre estes Osmar Leitão Rosa, que foi vereador, prefeito e deputado federal. A TV Ponto de Vista, no Programa Bom Dia São Gonçalo, sob o comando de Frederico Carvalho, com a participação dos jornalistas Rujany Martins, Jota Sobrinho e Pereirinha, Darc Freitas de Andrade e Analuz Antunes, prestou significativa homenagem ao Manoel de Lima, tendo recebido telefones de várias admiradores do médico, dentista e ex-vereador, entre os quais os médicos Adir Martins e Abel Martinez.

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Dias ensolarados https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/dias-ensolarados/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/dias-ensolarados/#respond Sun, 05 Mar 2017 15:13:13 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1520 Continue a ler »Dias ensolarados]]>

Ecos do Passado XIV

         O dia amanheceu ensolarado e foi se aproximando do meio dia com ares ameaçadores. Quase por volta de uma hora da tarde, algumas nuvens começaram a aparecer tisnando o azul celeste de um cinza escuro, mas muito espaçadas. Não havia concentração. Quando os ponteiros do relógio corriam lentamente para alcançar quatro horas da tarde, o céu já estava completamente escuro. Não havia dúvida que esse dia não terminaria como os outros dias, claros, ensolarados e ainda quentes.

         Luiz, recostado no espaldar da cadeira antiga refletia na varanda de casa. Um cão, animal de rua, aproximou-se da casa, farejando, olhando alternadamente para os lados, para o alto e para baixo, cabisbaixo, talvez assuntando o que viria de vir, o que poderia acontecer daquele momento em diante ao invadir terreno alheio. Fixou, com firmeza, seu olhar desalentado na direção de Luiz, como a solicitar ajuda, socorro imediato. Estava faminto. Ele queria dizer, com seu olhar implorativo, que estava com fome. Evidente. Estava com fome e procurava amparo. O animal era mais um enjeitado da vida, sem lugar certo para pernoitar, embora tivesse um vasto mundo ao seu dispor para percorrer, buscar, farejar e até mesmo fazer amizades.

         Luiz olhou de soslaio o animal que chegara e não se conteve. Dele se aproximou, procurou ganhar a sua confiança, mas não chegou a lhe acariciar a cabeça, pois temia ser agredido, muito embora o cão lhe parecesse cansado e sem forças para tal. O cão também mostrou ser amigo, querer amizade, mas que antes lhe desse prova de confiança, de reciprocidade, pois estava com fome. O piso do alpendre da casa era alto e não dava para lhe alcançar, mas se aproximou. Luiz se lembrou dos bons tempos, quando nos fins de semana saía com alguns colegas de trabalho, calçando sandálias, bermuda e gorro na cabeça, predendo os cabelos que se misturavam ao sopro do vento que vinha das montanhas e do mar.

         Nesses dias ensolarados, na companhia dos amigos, Luiz era sempre o dono de si e do mundo, desse vasto mundo sem imaginação, sem cólera e sem paixões. Seus olhos passeavam pelo vasto areal ao longo da praia de Copacabana, de Ipanema, observando as mulheres, jovens, bonitas, cheias de vida, sorridentes e felizes. Algumas acompanhadas de cachorrinhos pequinês, que conduziam ou eram conduzidas pelos animaizinhos igualmente felizes por estarem passeando em outro mundo, um mundo que era também todo seu e não apenas de sua dona.

         Voltando a si, Luiz olhou para o cão e acenou com a mão direita, como quisesse dizer: – Espera aí. Vou buscar alguma coisa para você comer, meu amigo, e entrou em casa. O cão deve ter entendido o acenou e esperou. Enquanto esperava, tristonho, mas esperançoso, deu novos olhares em volta do amplo terreno, de cuja terra verdejavam plantas nativas e outras plantadas em canteiros especialmente preparados para elas.

        

 

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Imagem Refletida https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/imagem-refletida/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/imagem-refletida/#comments Sat, 11 Feb 2017 00:21:08 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1475 Continue a ler »Imagem Refletida]]>

(Ecos do Passado XIII)

 

Vejam bem! Acreditam nisso? Quem acreditaria, pois, que uma entidade incorpórea, sem carne, sem osso, teria força, seria capaz, de induzir uma pessoa, qualquer pessoa, a amar alguém, voltar a amar alguém. Não! Isso, meus caros, jamais poderia acontecer, mas há quem acredite nessas coisas. Isto é alardeado, divulgado nos postes, nas árvores, nos muros, em tudo que for possível. Nem todas, mas algumas pessoas acreditam ter essa experiência com o passado através de almas mortas. São experiências inacreditáveis, inclusive no campo amoroso, paternal, maternal, entre amigos e amigas, e parentes. Traídos, jamais. Foram poucos os amores em vida, nunca traídos. Trocados, substituídos, talvez, em algumas circunstâncias. Quer dizer quando chegou aquele dramático momento em que não é possível continuar. Relâmpagos, trovões, chuva, de início fina, como uma garoa, e depois mais grossa, tempestuosa, respingando na janela do quarto, trovões e relâmpagos, não teriam sido responsáveis por nada que aconteceu ou poderia ter acontecido de pior.
 
Naquela noite tudo ia bem. Havia um clima  maravilhoso e uma flagrância que levariam a um bom termo a noite que não foi, nem poderia ter sido, planejada, mas que poderia terminar da melhor maneira possível, tomando o café da manhã no quarto, gargalhando e até aos abraços, mas…foi um horror.
 
Aquilo tirou-nos todas as forças e acabou por matar os nossos desejos que sequer tivemos oportunidade de aproveitar. Foi isso. Ficamos um olhando pro outro, paralisados, sem nada o que dizer. Aliás, amigos, impossibilitados de falar alguma coisa com nexo.  Na verdade…quer saber a verdade? Na verdade, naquela noite aconteceu uma coisa extraordinária. Uma terrível novidade. Essa novidade mexeu com todos os nervos, com todos os músculos, com o cérebro e…aconteceu aquilo. A vontade esvaiu-se, desapareceu e ficou sequelas. Uma coisa terrível. Foi um assombro, sabem. A partir daquele momento surgiu um novo mundo, novas condições de vida para todos nós, que afetaram também os amigos.  Vejam, então, que todos ficamos desorientados, porque ninguém em tais circunstâncias saberia de verdade o que fazer. Diria que se perdeu a identidade.
 
É importante esclarecer essa parte da questão, pois todos que nos vêm acompanhando, mesmo que por algum acaso tenham pulado algumas linhas ou tenham se esquecido de ler-nos seguidamente, sem saltar algumas linhas, fechando-se em si mesmos, sabem que nosso conhecimento, o início de nossas relações foram, por assim dizer, quase desprovido de sentido. Não havia nada premeditado, apenas coincidências. Apenas nos víamos ocasionalmente. O que houve foi uma espécie de magnetismo. Uma atração súbita de um pelo outro. Trocamos olhares, sabores momentâneos de empatia pessoal e, provavelmente estimulados pela música do maestro Tom Jobim, de Vinicius de Moraes, aconteceu o que todos já sabem.
 
Conto isso com certa amargura, porque estava sentado num banco de praça, corpo e mente, carne e osso, quando descobri que a noite chegara lentamente. Um vulto, uma imagem distante, olha para trás, e até de lado, como se estive acometido de labirintite, dançando nas nuvens, fazia um esforço tremendo para se aproximar. Dava uns passos pra frente, mas subitamente estancava, acontecia de jogar o corpo levemente para os lados, esforçando-se para desapegar-se, mas nada. Não seguia em frente. Aí, num piscar de olhos, sumiu-se.

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Vozes do Inconsciente https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/vozes-do-inconsciente/ https://www.fredericocarvalho.com.br/autores/pereira-da-silva-pereirinha/vozes-do-inconsciente/#comments Wed, 18 Jan 2017 23:52:20 +0000 https://www.fredericocarvalho.com.br/?p=1397 Continue a ler »Vozes do Inconsciente]]>

Ecos do Passado XII

 

Luiz ouve uma voz, insistente e firme, ameaça: trago seu amor de volta. E acrescenta: o trabalho é garantido. Não tem como reagir contra, tentar impedir o feitiço, porque é coisa d’África, herança cultural de grandes espíritos do bem, de antigos mestres espirituais que transmitiram ensinamentos aos longos dos séculos, sem impedimentos misteriosos de almas penadas.
 
Luiz pensa: – devo estar sonhando…delirando. Não pedi nada. Não quero nada. 
 
A voz, agora mais firme, e menos insinuante: não acredita!
 
E Luiz, incrédulo, não acredita ter ouvido com nitidez a voz que lhe pareceu vir de longe, de muito distante. Um pouco apavorado, pensa acreditar em algo muito estranho, uma natureza morta rediviva chegando aos seus sensíveis ouvidos. Ora, seria isso coisa de almas endemoninhadas, desconectadas da vida e que buscam amparo ao tentar salvar outras almas penadas.
 
Verifica, beliscando-se, e confirma. Não estava dormitando. A sua volta existia a escuridão e nele a certeza de que não estava delirando. Realmente ouviu isso, mas quem poderia ser. Como isso poderia estar acontecendo. Ah! não sei – pensou. Apenas uma ou no máximo duas vezes chegou a cogitar em reencontrar-se com Luíza, mas logo essa tal possibilidade saiu da sua cabeça. Acreditar numa reconciliação seria uma possibilidade difícil de se concretizar, pois não saberia como isso poderia acontecer se durante todo esse tempo nenhum sinal de reaproximação aconteceu.
 
Mas…se não há interesse, porque se houvesse já teria o procurado e proposto um reencontro amoroso. Saberia onde encontrá-lo. E medita:- não sei, mas isto seria até possível se houvesse dentro dela um pouco de tenacidade, de desejo incontido, mas não acredito que tivesse. Se não o procurou era porque não estaria disposta a largar tudo por ele. Não! não! não! Certo é que tudo estava acabado. Acredita que ela quer mais é ficar com a família, reconstruir a vida.
 
Então, não tem como ela sair correndo, desesperadamente, para os seus braços. Nos quais ela não teria o conforto que, ao encontrarem-se, naquele ambiente agradável, apropriado para os encantos do coração, Luiz percebeu de imediato que se tratava de uma pessoa diferente, que vivia uma vida deliciosa no seio de seus familiares e amigos, deveria ter pensado em ter apenas uma certa aventura sem comprometimento sério que, surpreendemente, poderia arruinar a sua vida de mulher aparentemente independente, mas que não era bem assim. Tinha suas responsabilidades.
 
Por isso Luiz passou a acreditar que nenhuma força no mundo, nessa altura da vida, impulsionaria seu coração ao encontro do seu, e retomar o que deixou para trás. É inteiramente impossível ela tentar esse reencontro e dizer: – amor, perdoe-me.
 
Isso é inteiramente impossível, pensou Luiz, que leu, poucos dias atrás, em um muro da cidade que seria possível trazer o amor de volta, exatamente com a mesma paixão, o mesmo calor, fidelidade… E falou para si: Não! Isto é uma coisa insana. É possível que essa promessa, esse comprometimento, seja uma farsa. Uma armação para ganhar dinheiro. Uma ilusão  com chama de esperança para enganar, iludir, toldar as mentes dos apaixanados.
 
– Não caio nessa. Não entro nesse jogo de cartas. Hoje me sinto mais seguro e crente de que o que passou, passou e o passado não tem volta. Não quero sofrer mais do que estou sofrendo. Não sei onde ela está, como ela está, nem pelo que está passando. Agora o que quero é ir em frente e continuar vivendo…vivendo uma vida nova, não novos desatinados desafios – assim pensou com conficção e firmeza, chegando a conclusão de que tudo estava acabado e ele agora era outro e não mais aquela pessoa mesquinha.
 
Afinal, concluiu que não seria fácil superar a dor, os desgostos e as desventuras que atingem o âmago da alma.

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